O Sporting avançou esta quarta-feira com um despedimento coletivo de cerca de 20 pessoas ligadas ao clube, do departamento de comunicação ao serviço de sócio passando por outros departamentos mais ligados ao secretariado e às modalidades. Os visados receberam entre a noite de terça-feira e esta manhã cartas e emails a pedir a presença nas instalações da SAD para anunciar essa mesma decisão, justificada em alguns casos pelos salários elevados face à atual realidade e noutros pelos reajustamentos internos com redução de pessoal no clube verde e branco.
Contactado pelo Observador, o Sporting não quis prestar declarações sobre o assunto.
De acordo com o que tem sido também referido nos encontros, os impactos da pandemia precipitaram o processo de despedimentos que, segundo sabe o Observador, têm previsto um impacto de um milhão de euros a menos em custos por ano. Existe também no programa de visão estratégica que estava previsto para o clube tendo em vista o horizonte temporal 2020-2022 a vontade de se proceder a uma reorganização geral do clube em termos internos, operacionalizando de melhor forma todos os departamentos leoninos entre clube e SAD. Dos 20 funcionários em causa, mais de metade tinha vínculo com a SAD, ainda que pudesse não trabalhar no futebol profissional.
Algumas fontes internas contactadas, salvaguardando a ideia de que os processos estão ainda em negociação e, por isso, não se encontram fechados, colocam em causa os argumentos invocados para o despedimento coletivo que foi esta quarta-feira anunciado pelos responsáveis verde e brancos, destacando que em alguns casos visava diretamente pessoas em específico e não os cargos que ocupavam ou os salários que recebiam em Alvalade.
Paulo Cintrão, assessor de comunicação da SAD para o futebol, foi um dos cerca de 20 elementos abrangidos por este despedimento. Rosa Duarte, que faz parte do secretariado há mais de três décadas, também foi convocada para uma reunião no mesmo sentido, segundo apurou o Observador. Foram ainda informados outros funcionários das partes administrativas, comunicação e apoio, como o serviço ao sócio ou às modalidades, nomeadamente José Quezada, André Leitão, Carla Quinaz Pereira (mulher de Miguel Albuquerque, antigo diretor geral das modalidades dos leões), Daniela Barata, Ricardo Guerreiro e Carmo Tavares, ex-atleta do clube que passou para o secretariado. Patrícia Mendes, uma das contratações já com Frederico Varandas na presidência, também estará na lista.
De recordar que, em abril, o Sporting anunciou aos funcionários do clube que iria entrar em regime de layoff, com três regimes diferentes de adaptação de 30 dias que foram depois prolongados por mais um mês. Quase 90% teve suspensão de funções ou redução de horário, enquanto os restantes mantiveram-se em teletrabalho com o mesmo vencimento que tinham antes da pandemia. Entre maio e junho houve um reajustamento pelo regresso de alguns departamentos, nomeadamente o futebol profissional. A 15 de junho, esse período abrangido pelo layoff acabou, embora nem todos os funcionários tinham regressado às suas funções logo no dia seguinte.
Sporting não vai voltar a prolongar o regime de layoff. Medida termina a 15 de junho