Depois de uma reviravolta muito importante na receção ao Valencia no Wanda Metropolitano, a semana nem teve as melhores notícias para o Atl. Madrid com mais dois casos positivos de Covid-19 num plantel muito fustigado ao longo dos últimos meses pela pandemia. Aliás, fustigado e sem saber: na primeira ronda na retoma das provas, em maio, foi detetado um caso positivo através do habitual teste da zaragatoa e mais nove nas análises ao sangue que apresentavam quantidades anormais de anticorpos, sinal de que tinham estado em contacto com o vírus. Houve mais casos, o adiamento do estágio, o positivo de Diego Simeone e, agora, as infeções de Mario Hermoso e Yannick Ferreira-Carrasco, que foram colocados em isolamento. À sua volta, aí, as notícias eram boas.

Suárez fazia anos mas a festa foi de João Félix: regresso ao onze, um golo, uma assistência e nova vitória do Atl. Madrid

Num jogo marcado pela expulsão nos dez primeiros minutos de Éder Militão, o Real Madrid atrasou-se ainda mais na corrida pelo título com uma derrota caseira frente ao Levante. E ainda havia na noite desde domingo a receção do Barcelona ao Athl. Bilbao, numa reedição da recente final da Supertaça ganha pelos bascos tendo como contexto a “bomba” do El Mundo que revelou o contrato assinado pelos catalães com Messi em 2017. No jogo com o Cádiz, o Atl. Madrid procurava a oitava vitória consecutiva depois da derrota no dérbi da capital, superando dessa forma a série que conseguira antes do único desaire na Liga. E, sendo que a prova vai a pouco mais de meio, alcançar dez pontos de avanço sobre os grandes rivais tendo um jogo em atraso era um passo gigante para o título.

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Para isso, a dupla Luis Súarez-João Félix voltava a surgir como principal fator de desequilíbrio de uma equipa que sofrera apenas oito golos em 18 jogos (metade da segunda melhor defesa da Liga…), sobretudo à luz do regresso em grande do português à titularidade no último encontro com um golo e uma assistência para a reviravolta na receção ao Valencia. “Posso dar ainda mais à equipa. Estar no banco acontece a todos os jogadores, também me acontecia no Benfica. Sei do que sou capaz, quando sou chamado ao jogo tento desfrutar e ajudar a equipa”, disse no final do encontro. “O que podemos dizer do João? Fez um golo, uma assistência, um bom trabalho. Saiu, entrou o Correa e fez um golo. Ficou perto de outro. O que me deixa contente é que a concorrência entre eles é saudável e quem sai a ganhar é sempre a equipa”, acrescentou Simeone, explicando também a substituição aos 61 minutos.

Ao contrário do que aconteceu no domingo passado, João Félix passou ao lado do jogo e foi o elemento com menor influência no ataque até ser substituído de novo com uma hora disputada por Correa. No entanto, e não para variar, apareceu Luis Suárez, que já é o melhor marcador da Liga com 14 golos. E num fim de semana que fica marcado pela revelação por parte do El Mundo do contrato de renovação de Lionel Messi com o Barcelona em 2017, num valor que ronda os 555 milhões de euros, começa a ser seguro dizer que os catalães “abdicaram” do título por 15 milhões, valor que pouparam ao abdicar do último ano de contrato do uruguaio em Camp Nou antes de assinar pelo Atl. Madrid e revelar-se determinante para a vitória com o Cádiz que reforçou a liderança.

Revelado contrato milionário de Messi, numa altura em que Barcelona arrisca a bancarrota

Com João Félix a ser condicionado logo no início do encontro com uma entrada mais dura que obrigou a que fosse assistido e saísse com muitas queixas, o Atl. Madrid, a apresentar de novo a linha de três defesas e dois jogadores a fazer os corredores (Koke e Saúl Ñíguez), sentiu muitas dificuldades em chegar com perigo ao último terço por ter muitas vezes tentado jogar com bola no pé em vez de procurar o espaço entre as duas linhas bem desenhadas de quatro que o Cádiz desenhava de forma mais baixa. Aliás, até perto da meia hora, não houve propriamente uma oportunidade flagrante. Depois, tudo mudou: Luis Suárez inaugurou o marcador com um fantástico livre direto (28′), Negredo aproveitou uma pequena distração de Felipe na marcação para ganhar espaço na área e empatar (35′), Saúl Ñíguez recolocou os colchoneros na frente com um fantástico toque a fazer passar a bola por cima de Ledesma na sequência de um canto (44′) e ainda houve um penálti assinalado e depois revertido com o apoio do VAR e o visionamento das imagens por parte do árbitro por mão de Koke na área já em período de descontos.

Ao intervalo, Simeone lançou Vrsaljko no lugar de Torreira (que já tinha amarelo, voltando assim Koke ao centro do campo) mas foi do lado esquerdo que nasceu o golo do conforto do Atl. Madrid, com Lemar a ser abalroado na área por Marcos Mauro e Luis Suárez, com muita tranquilidade, a fazer o 3-1 e a reforçar a sua posição na lista dos melhores marcadores da Liga (50′). Fali, com um cruzamento longo que acabou por bater na trave da baliza de Oblak, ainda deixou uma ameaça (59′) antes de duas oportunidades falhadas pelo uruguaio na área. Negredo, com um instinto de “matador” que não perde com a idade, ainda bisou também num remate enrolado (71′), ameaçou por mais uma ocasião o empate tal como Saponjic mas os colchoneros seguraram a vantagem apenas no segundo encontro na Liga em que sofreram mais do que um golo após a única derrota sofrida frente ao Real e chegaram ainda ao 4-2 a dois minutos do final, com Koke a concluir na área uma assistência de Correa.