Uma equipa de investigação do Centro de Administração e Políticas Públicas lança na quinta-feira um inquérito nacional, independente, para fazer o “mapeamento territorial dos profissionais de todo o setor da Cultura em Portugal“.
O objetivo é saber “quem são, quantos são e onde estão os profissionais da Cultura em Portugal, quer ao nível individual quer ao nível coletivo, procurando identificar pela primeira vez os corredores territoriais da Cultura em Portugal“, afirmou à agência Lusa o coordenador do projeto, o investigador Paulo Castro Seixas. O inquérito nacional, que será disponibilizado ‘online’ na quinta-feira, está a ser preparado há um ano pelo Centro de Administração e Políticas Públicas do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa.
A investigação foi estruturada “com a ajuda preciosa dos profissionais da Cultura. Desde março de 2020 que começámos a fazer este trabalho, primeiro com a Ação Cooperativista e depois com profissionais individuais, com a Sociedade Portuguesa de Autores e a Plataforma Convergência pela Cultura”, explicou o investigador. Segundo o coordenador, os primeiros resultados, preliminares, poderão ser conhecidos no prazo de três meses.
“A nossa estimativa é que o questionário esteja [acessível] durante seis meses, para ter uma amostra muito, muito significativa”, disse.
Este é um segundo inquérito nacional que estará em curso para mapear o panorama do setor cultural em Portugal, e que se junta ao estudo que o Governo encomendou ao Observatório Português das Atividades Culturais, do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Por seu lado, este estudo, pedido pela tutela da Cultura, pretende reunir indicadores atualizados “que permitam caracterizar rigorosamente a situação laboral dos trabalhadores do setor, os equipamentos existentes e as entidades artísticas”.
Paulo Castro Seixas disse que convidou o Ministério da Cultura a ser parceiro do estudo do ISCSP, mas que não obteve ainda resposta.”É um projeto científico que tem como objetivo que passemos ter mais informação para melhores políticas”, e para o qual são convidados a participar autarquias, universidades, organizações, associações representativas do setor cultural, profissionais a título individual e entidades coletivas. “A ideia é que com estes resultados, poderemos ter, ambicionamos ter, esse retrato mais sério e correto do setor da Cultura em Portugal”, disse.