A espanhola Endesa obteve em 2020 um lucro de 1.394 milhões de euros, oito vezes mais do que os 171 milhões que registou em 2019, quando o resultado foi influenciado pelo encerramento antecipado das suas centrais elétricas a carvão.
A empresa informou a Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) espanhola que sem o efeito desses encerramentos e de outros acontecimentos extraordinários, o lucro da energética atingiria 2,132 milhões de euros. Durante 2020, as receitas foram de 17.560 milhões de euros, menos 12,9% do que um ano antes e o ebitda (lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de 3.783 milhões, menos 1,5% do que no ano anterior.
A Endesa vai distribuir a totalidade dos seus resultados líquidos de 2020 aos seus acionistas, segundo a informação divulgada, e a partir do corrente ano vai iniciar a redução progressiva da percentagem de lucro que vai para a remuneração dos acionistas, de 80% para 70% anunciado para 2022 e 2023. Em 2020, a Endesa prosseguiu a sua política de descarbonização e os encerramentos em junho das centrais de Compostilla e de Andorra, que funcionavam a carvão, levaram a uma redução de 43% da capacidade instalada (2.100 MW).
A empresa espera manter esta tendência ao longo do corrente ano com os encerramentos dos outros 2.500 MW distribuídos pelas centrais de As Pontes e Carboneras, que deixarão apenas 200 MW a funcionar com esta tecnologia, nas Ilhas Baleares. A produção de eletricidade a partir de fontes renováveis aumentou em 33% para 13,4 terawatts-hora durante o ano passado.