Se Carlos Moedas ganhar as próximas eleições autárquicas em Lisboa será um “inevitável e incontornável candidato à liderança do PSD”, afirmou Luís Marques Mendes, neste domingo, no seu habitual espaço de comentário político na SIC. Para o ex-líder democrata, é esta a “ambição” do ex-comissário europeu. “Mesmo que não ganhe, também acho que é um candidato potencial e inevitável à liderança do PSD”, afirmou.

Na semana passada, soube-se que Carlos Moedas vai ser o candidato autárquico do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, onde vai enfrentar Fernando Medina. “Acho que Carlos Moedas gosta da política, tem ambições políticas, não quer ficar na sombra, quer fazer carreira política e isso é legítimo”, afirmou Marques Mendes.

Carlos Moedas vai ser candidato do PSD a Lisboa. CDS apoia decisão

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Para o comentador, esta é uma “uma decisão positiva para todos dentro do PSD”, “corajosa” por parte de Carlos Moedas e “inteligente” no que toca a Rui Rio, que tinha de “partir para a campanha autárquica em força e o primeiro grande teste é Lisboa”. Para o comentador, o líder do PSD está empenhado nas autárquicas, porque quer ganhar as próximas legislativas. E, para que isso aconteça, terá de ser reeleito nas próximas eleições internas do partido, que decorrerão daqui a um ano.

Desconfinamento vai começar de forma “suave, gradual e faseado” daqui a duas semanas

Sobre a pandemia — e a aproximação da data em que se assinala o aniversário do primeiro caso detetado em Portugal –, Marques Mendes sublinhou que é preciso tirar algumas conclusões sobre os 12 meses que passaram. A primeira é que “é preciso “dar uma grande prioridade ao investimento no Serviço Nacional de Saúde” e sugere um acordo interpartidário para que este investimento aconteça. “O Serviço Nacional de Saúde não aguenta mais este nível de desinvestimento.

A segunda é que é preciso criar uma União Europeia da Saúde, onde haja coordenação, monitorização e investimento a nível europeu. “Cada país sozinho não consegue fazer face a estas tragédias, precisa de cooperação internacional”, disse. E a terceira é que é preciso investir na recuperação das aprendizagens dos estudantes prejudicados pelo fecho das escolas, que “causou um dano terrível”.

Quanto à crise económica, para o ex-líder do PSD, é uma tragédia”, que “só vai agravar as desigualdades sociais”. “Ainda estamos neste momento sob efeito de duas anestesias: a do lay-off e a das moratórias. Mas quando acabarem estas anestesias, a situação vai doer um pouco mais e vai demorar algum tempo a recuperar, porque só lá para 2023 ou 2024 é que cheguemos aos valores de riqueza de 2019″.

Sobre o processo de desconfinamento, denota algumas diferenças entre o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa e o de António Costa.

“São dois discursos diferentes, mas não são antagónicos, são complementares. ambos têm razão. o presidente da república diz que não podemos desconfinar agora, no início de março, para depois voltarmos a confinar na Páscoa e desconfinamos a seguir à Páscoa e acho que ele tem razão”. Mas, por outro lado, o primeiro-ministro quer apresentar um plano a 11 de março para “dar um primeiro sinal e também acho que o primeiro-inistro tem toda a razão”.

Para o comentador, é preciso que haja agora um “equilíbrio” e acredita que o estado de emergência se vai manter até à Páscoa, “mais coisa menos coisa”, para que “a Páscoa não tenha as mesmas consequências do Natal”. Mas acredita também que o desconfinamento vai começar de forma “suave, gradual e faseado” na segunda quinzena de Março, com a abertura das creches, jardins de infância e do primeiro ciclo.

Sobre o programa de vacinação, o comentador é da opinião de que “as coisas em Portugal estão a correr bem”. “Estamos a vacinar ao nível da União Europeia. Estamos a vacinar pouco, há poucas vacinas, mas a culpa não é nossa.”

Quanto à TAP, o comentador referiu que não havia outra alternativa aos acordos históricos que foram assinados e que a companhia aérea tem mesmo “de mudar de vida, com acalmia social e não com conflito laboral”. Ou seja, precisa de diminuir de tamanho, ter menos rotas, menos aviões, menos pessoal e menos custos. Apesar de ser “pesado”, a única alternativa é fechar a companhia aérea.