O aluguer do avião Airbus A330, conhecido como “Cachalote”, custou à SATA mais de 40 milhões de euros, tendo o aparelho ficado parado durante dois anos, devido aos elevados custos de manutenção.

Os números constam de um ofício do Governo dos Açores, publicado nesta segunda-feira, enviado à Assembleia Regional em resposta a um requerimento entregue pelos deputados do PSD, que pretendiam saber quais os custos que a região teve com o aluguer daquele avião de longo curso.

Segundo as explicações do executivo, o contrato de leasing e as reservas de manutenção deste aparelho custaram à SATA – AzoresAirlines – um total de 24,6 milhões de euros em cinco anos (5,9 milhões em 2016, 7,6 milhões em 2017, 5,9 milhões em 2018, 4,3 milhões em 2019 e 835 mil euros em 2020), embora o avião só tenha operado nos três primeiros anos. A estes montantes soma-se a antecipação do fim do contrato de aluguer do “Cachalote”, que ultrapassou os 16 milhões de euros (entre prestações pagas em devido tempo e também uma indemnização na sequência de negociações extrajudiciais por incumprimento dos prazos de liquidação da dívida).

Em 2019, a administração da SATA, na altura liderada por António Teixeira, decidiu estacionar o Airbus A330 no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, por entender que o avião parado iria provocar menos prejuízos do que estando a operar. “O Airbus A330 parado, nas circunstâncias em que se encontra hoje, resulta em metade dos prejuízos anuais acumulados no ano anterior”, explicavam, na altura, os administradores da companhia aérea açoriana, numa nota enviada à comunicação social.

Apesar dos custos elevados com o aluguer deste aparelho, o atual Governo Regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, entende que estes números agora revelados “não permitem comparar ou aferir sobre o verdadeiro impacto económico e financeiro” desta operação. “Existem custos fixos e variáveis que não decorrem do contrato de locação do A330, mas que influenciam o resultado final da operação e o seu impacto no negócio da empresa”, acrescenta o executivo, na resposta aos deputados do PSD.

Parte destes dados já tinha sido disponibilizada aos deputados à Assembleia Legislativa dos Açores, na anterior legislatura, mas apenas “para consulta em papel”, durante os trabalhos da Comissão Eventual de Inquérito ao Setor Público Empresarial, por serem considerados “sensíveis”, acompanhados de um pedido de “confidencialidade”.

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