O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) revelou esta terça-feira que o programa de rastreios de infeção com SARS-CoV-2 nos estabelecimentos de ensino deverá ser alargado ao superior, na sequência de negociações que estão a decorrer.
De acordo com António de Sousa Pereira, a questão está a ser discutida com a Direção-Geral da Saúde (DGS), que parece favorável à inclusão das instituições de ensino superior no programa de rastreios laboratoriais conforme forem sendo retomadas as atividades presenciais dos diferentes níveis de ensino.
Penso que até ao final desta semana irá ser revelado o plano que está em negociação, e o que está em cima da mesa é serem testados todos os estudantes, todos os funcionários, docentes e não docentes, que regressem ao ensino”, adiantou.
O representante dos reitores falava durante a audição na comissão parlamentar da Educação, Ciência, Juventude e Desporto, em que vários deputados questionaram o CRUP e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) sobre a realização de testes de diagnóstico da Covid-19 quando voltarem a abrir portas.
Da parte do CDS-PP, que requereu a audição, a deputada Ana Rita Bessa quis saber se as instituições se iriam organizar para realizar esses rastreios, uma vez que não seriam assegurados pelo Governo.
Até à suspensão das aulas presenciais, no final de janeiro, sempre que as universidades decidiam realizar rastreios, os custos associados eram suportados pelas próprias, mas, segundo o presidente do CRUP, o programa será, entretanto, revisto e esse problema não se vai colocar.
Quando houver o regresso às atividades presenciais a partir de 19 de abril, haverá uma testagem universal a todos aqueles que vão regressar. A informação que tenho é que será o ministério a custear a realização desses testes, e não as instituições de ensino superior”, adiantou.
O presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, não comentou essa possibilidade, afirmando apenas que alguns politécnicos já se preveniram e organizaram-se de forma a conseguir assegurar a realização de rastreios ainda antes da retoma das atividades presenciais.
O “Programa de Rastreios laboratoriais para a SARS-CoV-2 nas creches e estabelecimentos de educação e ensino”, divulgado na semana passada, prevê que o reinício das atividades escolares presenciais implica a realização de um teste rápido de antigénio a docentes e não docentes de todos os níveis de ensino, até ao secundário.
A campanha de testagem arrancou esta terça-feira nas creches, pré-escolar e 1.º ciclo, que foram as primeiras a desconfinar, e nos restantes níveis de ensino, os rastreios começam no primeiro dia do regresso.