Quase 400 hectares de intervenção, dos quais mais de um quarto serão zonas verdes, mais 4.500 habitantes e um investimento total de 800 milhões de euros. Estes são alguns dos números do novo projeto imobiliário apresentado esta quinta-feira em Almada e que terá como foco central o Campus da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova no Monte da Caparica, mas que irá ter intervenções no Porto Brandão.
O projeto designado Innovation District mobiliza vários grupos privados, para além da Nova School of Science and Technology, e conta com o “apoio estratégico” da Câmara Municipal de Almada. De acordo com um comunicado, a ambição é criar “uma nova cidade global” em Almada que promete combinar um “estilo de vida sustentável” com inovação e conhecimento tecnológico, incluindo ainda uma componente de requalificação pública em Porto Brandão. Associado a esta projeto está a extensão do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica.
O projeto junta vários proprietários e investidores privados que manifestaram interesse, entre os quais a Cordalequation (empresa que queria construir um hotel em Porto Brandão), Rustik Puzzle, Sostate, Empresa Maia e Pereira, Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, Emerging Ocean, Rio Capital, Orbisribalta e Fundação Serra Henriques. Há um ano estas entidades assinaram um memorando de entendimento com a Universidade Nova de Lisboa.
Os passos iniciais começaram a ser dados em 2019 junto da autarquia de Almada. Alguns proprietários têm já projetos submetidos para licenciamento. A Universidade, Nova tem em lançamento cinco projetos estruturantes do Campus, aos quais se seguirão outros relacionados com a sustentabilidade energética e a mobilidade. A estimativa é de que a primeira fase da renovação do Innovation District fique concluída em 3 anos. Os promotores acreditam ainda que o seu desenvolvimento pode contribuir para a recuperação económica pós-pandemia.
Com 399 hectares de intervenção, o projeto prevê a criação de 1.000 novos fogos habitacionais uma área de 250 mil metros quadrados para a instalação de nova atividades económicas que podem, nas estimativas dos promotores, criar 17.000 novos empregos, através da atração de empresas nacionais e internacionais e do surgimento de clusters de inovação e ciência. Os promotores querem ainda transformar a zona numa “alternativa qualificada e complementar de emprego e habitação à cidade de Lisboa”, destacando Almada como concelho com uma população jovem que pode aproveitar alternativas qualificadas de emprego.
Estão igualmente planeadas 86 mil metros quadrados de infraestruturas turísticas, com o objetivo de promover um novo destino tirando partido de fatores como a proximidade às praias da Costa da Caparica. O projeto, o qual prevê 110 hectares de zonas verdes aposta ainda na criação de uma comunidade energética com produção própria e neutra em carvão. Um dos objetivos enunciados é a criação de um espaço único que permita percorrer em 15 minutos as distância entre os principais polos de atração.