O futuro de Cristiano Ronaldo, quando está a ser discutido, funciona por ondas. Se as coisas correm bem ao jogador e ao clube onde está, discute-se menos; se as coisas correm mal ao jogador e ao clube onde está, discute-se intensamente. E isto ficou visível nas últimas semanas: a Juventus foi eliminada pelo FC Porto na Liga dos Campeões e o futuro de Ronaldo discutiu-se intensamente; a Juventus venceu o Cagliari e o português fez um hat-trick e o futuro de Ronaldo discutiu-se menos; a Juventus perdeu com o Benevento e ficou a 10 pontos da liderança da Serie A e o futuro de Ronaldo voltou a discutir-se intensamente.

Ainda assim, e pormenores à parte, a verdade é que o futuro do capitão da Seleção Nacional tem mesmo de ser discutido. Independentemente do recente hat-trick e de ser o melhor marcador da liga italiana, a verdade é que a temporada da Juventus está a ficar esvaziada de objetivos: a equipa de Andrea Pirlo está fora da Liga dos Campeões, está no terceiro lugar da Serie A a 10 pontos do líder Inter Milão e acaba por ter as esperanças depositadas na Taça de Itália, cuja final vai disputar com o Nápoles em maio. Ou seja, a prioridade clara da conquista da Champions voltou a cair por terra numa fase ainda quase inicial da competição; a renovação da vitória no Scudetto, que seria o 10.º consecutivo, parece estar cada vez mais longe; e a equipa continua sem mostrar uma ideia clara de onde vem ou para onde vai.

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No meio de tudo isto, Cristiano Ronaldo tem mais um ano de contrato para cumprir e parece cada vez mais claro que a Juventus terá de iniciar, mais uma vez, um novo projeto. A aposta em Andrea Pirlo, que não tinha qualquer experiência enquanto técnico principal de equipas sénior quando substituiu Maurizio Sarri, não está a resultar — e a saída do antigo internacional italiano é praticamente um dado adquirido em Turim. Além disso, torna-se também evidente que o clube terá de investir em reforços para o meio-campo e para o ataque, encurtando um plantel sem soluções práticas para o tornar mais eficiente. E é aqui, no ponto capital de encurtar um plantel muito dispendioso financeiramente, que pode entrar a saída de Cristiano Ronaldo.

O internacional português custa 87 milhões de euros por temporada à Juventus, entre salários e a amortização dos 100 milhões da transferência do Real Madrid para os bianconeri. A eliminação desta linha da folha orçamental seria, por motivos óbvios, uma boa ajuda para as contratações que a Juventus terá de fazer no próximo verão para voltar a lutar pela Liga dos Campeões e pela Serie A — e é por isso que, segundo o jornal AS, a direção liderada por Andrea Agnelli não vai forçar a permanência de Ronaldo em Turim.

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A ideia, basicamente, é que o futuro de Cristiano Ronaldo só a ele próprio pertence: se quiser sair, a Juventus está aberta a essa possibilidade; se quiser ficar, a Juventus vai obviamente continuar a contar com a figura de proa da equipa. De acordo com o jornal espanhol, o clube italiano ainda não recebeu qualquer proposta ou contacto com vista à contratação do jogador português mas já colocou nos 25 milhões de euros — o valor necessário para evitar prejuízo financeiro no negócio — a quantia exigida para deixar sair Ronaldo. Ele que, segundo o AS, pretende regressar ao Real Madrid.

Ainda assim, pelo meio, não é possível esquecer as declarações de Fabio Paratici depois da derrota de domingo com o Benevento. “Ronaldo é o melhor jogador do mundo e vai continuar connosco”, disse o diretor desportivo da Juventus. Ou seja, e na soma de todas as partes, só é possível chegar a um resultado: o futuro de Cristiano Ronaldo só será efetivamente conhecido no final da temporada.