Quando determinado artista — seja músico, escritor, realizador ou de qualquer outra área — consegue aclamação com a sua primeira obra, as expetativas sobre o trabalho que se segue aumentam exponencialmente. Não raras vezes, porém, a célebre “síndrome do segundo álbum/livro/filme” acaba por afetar o seu desempenho e o êxito de estreia não se repete.

E não é que os artistas em questão tenham perdido talento ou sido incapazes de criar algo tão interessante como antes — é bem possível que o seu primeiro êxito tenha sido um fenómeno extraordinário pela conjugação de diversas circunstâncias e que esteja apenas a ocorrer aquilo que em estatística se denomina por “regressão à média”.

A primeira versão do Range Rover Evoque, lançada em 2011, foi um desses êxitos que ficam para a história. Modernizou a oferta da marca e revolucionou o conceito de SUV todo-o-terreno graças a um design inspirado, com linhas desportivas, que não punha em causa as capacidades fora do asfalto. Durante os oito anos seguintes foi o modelo mais vendido da Land Rover e inspirou o surgimento de variadíssimos rivais. Ou seja, uma estreia em grande.

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Mas, como acontece com todas as estreias em grande, com ela veio a grande questão. Como dar continuidade ao sucesso e evitar a síndrome do segundo Evoque? Recorrendo, em primeiro lugar, ao bom senso. Não mexendo no que não precisava de ser mexido, nomeadamente no desenho revolucionário, inspirado nos coupés, que tão boa continuidade já tivera com o Range Rover Velar.

Em vez disso, que tal escutar o automóvel? Sim, falamos de som. Do som natural do motor, da fricção dos pneus na estrada em andamento, do movimento do volante e da caixa, dos vidros que se abrem e fecham e do tejadilho panorâmico deslizante. Desse tipo de som que será ainda, porventura, uma característica sub-apreciada nos automóveis.

Dito e feito. É no campeonato sonoro que o Evoque de 2021 inova verdadeiramente: o silêncio da versão PHEV (Híbrida Plug-in) é autêntica música para os ouvidos de quem o conduz ou nele viaja. A combinação entre o motor elétrico e o de combustão permite uma condução praticamente insonora, mais ainda se tivermos em conta a notável melhoria nos materiais do habitáculo, que também eliminou os chamados ruídos parasita.

O que se faz ouvir, e bem, é o habitual e irrepreensível sistema de som Meridian, controlável através do sistema de informação e entretenimento Pivi ou da versão melhorada Pivi Pro. E é através dele, sem outras distrações, que a família poderá vibrar ao som de grandes playlists de viagem — existem-nas para todos os gostos nas plataformas da especialidade — e os mais novos podem assistir aos desenhos animados da sua preferência no ecrã de 10 polegadas. O que, como bem sabemos, ajuda a que também eles fiquem silenciosos. Como o Evoque.