No atual contexto, é uma espécie de “quarto grande”: sem a capacidade, o plantel, o investimento ou a folha salarial dos três crónicos candidatos ao título, o Sevilha mantém-se como uma das equipas que melhor joga em Espanha, com uma grande organização coletiva que permite ao muito talento individual existente soltar qualquer amarra tática para brilhar. Mais uma vez, foi isso que aconteceu no encontro grande da jornada frente ao Atl. Madrid. E, ao contrário do que sucedeu em todas as outras partidas da Liga até aqui, conseguiu aliar a isso uma vitória.

Luis Suárez voltou a ser decisivo para o Atl. Madrid mas foi Oblak que deixou João Félix a aplaudir de pé na bancada

Marcos Acuña, antigo lateral do Sporting que foi vendido este verão ao conjunto da Andaluzia, marcou o único golo do encontro na segunda parte (70′), naquele que foi também o seu primeiro remate certeiro da temporada no 29.º jogo que fez entre Campeonato, Taça do Rei e Liga dos Campeões. Alguns minutos depois de uma “pega” com Luis Suárez que valeu um cartão amarelo a cada, o argentino foi à área contrária concluir de cabeça uma fantástica jogada ofensiva do Sevilha que teve cruzamento do incansável Jesús Navas na direita entre muitos protestos da equipa do Atl. Madrid, que pediu mão de Ocampos no início do lance após tentativa de corte de Trippier, sendo entendimento do árbitro que esse momento e o lance que originou o único golo foram jogadas distintas.

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Antes, e sobretudo na primeira parte, o conjunto de Lopetegui foi melhor. Tanto que, pouco depois da meia hora, Diego Simeone, que não contava com João Félix por lesão contraída por Portugal frente ao Luxemburgo, tirou de campo Renan Lodi e lançou Correa. Até aí, Felipe tinha ficado “tapado” com amarelo logo aos cinco minutos, Oblak defendeu mais uma grande penalidade agora batida por Ocampos, foram várias as oportunidades criadas pela equipa da cada mas o intervalo chegou sem golos entre o jogo de sentido único no Ramón Sánchez Pizjuán.

No segundo tempo, o Atl. Madrid melhorou, Koke teve uma boa chance para inaugurar o marcador mas foram os sevilhanos a marcar o único golo antes do assalto final dos colchoneros, com Bono a evitar com mais uma grande intervenção o empate de Correa no primeiro minuto de descontos – e com Koke a deixar duras críticas à arbitragem no final, não só no lance de 1-0 de Acuña mas também por não ter exibido o segundo cartão amarelo ao central Diego Carlos, antigo jogador de FC Porto B e Estoril que cortou com o braço num lance prometedor.

Com este resultado, o Atl. Madrid manteve a liderança com 66 pontos, mais três do que o Real Madrid (que ganhou esta jornada ao Eibar) e mais quatro do que o Barcelona que joga esta segunda-feira com o Valladolid e pode ficar a um ponto do primeiro lugar antes do clássico com os merengues no próximo sábado. Já a equipa de Diego Simeone volta a jogar em Sevilha mas com o Betis, no dia seguinte. O Sevilha está em quarto com 58 pontos.