Nos primeiros meses da temporada, tudo parecia até estranhamente fácil apesar da passagem aos oitavos da Liga dos Campeões apenas na última jornada. Depois, e até janeiro, tudo parecia controlado pelos encontros em atraso que existiam ainda na Liga espanhola. Agora, e a partir do início de fevereiro, tudo parece tremido. Muito tremido. Tão tremido que o Barcelona entrou nesta 28.ª jornada apenas a quatro pontos de distância e o Real Madrid fez a sua parte diante do Celta de Vigo ficando à condição apenas a três. Nos últimos oito jogos, o Atl. Madrid empatara (quatro) mais do que ganhara (três) e deu outra esperança aos crónicos candidatos ao título.

No meio dessa série houve ainda a eliminação da Champions “sem espinhas” frente ao Chelsea, com dois trunfos claros e sem consentir golos dos colchoneros, o que colocou todo o foco do clube na Liga, única competição onde ainda marca presença. E João Félix, a grande baixa de Diego Simeone para o encontro diante do Alavés no Wanda Metroplitano, até foi o melhor da equipa espanhola na partida realizada em Londres.

“Gostei muito do que fez o João Félix, esteve muito bem em todos os aspetos do jogo. Há coisas que levo deste jogo que podem ser boas para o futuro, o desempenho dele foi muito bom Este foi o melhor jogo do João Félix desde que está no Atl. Madrid. Este é o jogador que queremos”, destacou o treinador sobre uma exibição avaliada da mesma forma pela imprensa espanhola mas à luz de um “Não era difícil ser o melhor” perante mais uma exibição aquém das expetativas e que valeu mesmo o afastamento das provas europeias. E o avançado português era agora a única baixa entre as opções de Simeone para a receção ao Alavés antes de duas deslocações muito complicadas na Liga para defrontar o Sevilha e o Betis, por estar a cumprir castigo.

Numa semana marcada pelas análises na imprensa sobre os males dos colchoneros, entre aquilo que a equipa não tem conseguido fazer para cumprir a estratégia da equipa e aquilo que o treinador não em conseguido fazer em termos de ideia de jogo, utilizando João Félix como exemplo paradigmático das “amarras” táticas que prendem até os principais desequilibradores, o Atl. Madrid mostrou em 90 minutos aquilo que tem marcado não só a segunda parte da temporada mas também os dez anos de comando de Simeone, terminando em festa e com o português a aplaudir de pé na bancadas um herói chamado Oblak que voltou a disfarçar a tremideira da equipa.

De regresso aos três centrais, aproveitando o crescendo de forma do regressado Trippier, a melhor adaptação de Lemar à ideia da equipa e colocando em posições mais interiores Marcos Llorente e Ferreira-Carrasco mais por dentro no apoio a Correa e Luis Suárez, o Atl. Madrid sentiu muitas dificuldades para criar oportunidade durante o primeiro tempo frente a um Alavés com duas/três saídas que deixaram a defesa colchonera em sentido e um dos maiores lances de perigo acabou por ser um chapéu tentado por Savic bem longe da baliza que obrigou mesmo Fernando Pacheco a grande defesa para canto (30′). Apesar de colocar várias unidades no último terço, faltava criatividade e intensidade a uma equipa de Simeone que enfrenta muitas dificuldades perante blocos mais baixos.

A seguir ao intervalo, e após uma evidente melhoria a todos os níveis do Atl. Madrid, Luis Suárez inaugurou o marcador com uma grande entrada ao primeiro poste a desviar de cabeça para o poste contrário um cruzamento de Trippier (54′), teve depois outras oportunidades de aumentar o marcador mas os minutos foram passando e o líder da Liga mostrou-se cada vez mais ansioso com a vantagem mínima, o que levou a um final de jogo de loucos que poderia ter outro desfecho: Savic, que foi expulso em Londres por uma cotovelada em Rüdiger, voltou a abrir em demasia o braço a tentar controlar a posição, fez mesmo penálti mas Oblak conseguiu defender o penálti marcado por Joselu, segurando o regresso aos triunfos e continuando a ser a única equipa apenas a depender de si na luta pelo título com seis pontos a mais do que o Real e sete do Barcelona, que joga apenas esta noite.

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