A ministra da Cultura afirmou esta sexta-feira que os 244 milhões de euros autonomizados para a cultura no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) serão destinados à melhoria da rede nacional de equipamentos culturais.
Graça Fonseca falava no final de uma visita do primeiro-ministro, António Costa, às obras de requalificação e conservação do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), em Lisboa – uma empreitada que classificou como “emblemática” dos objetivos do Governo.
Na sua breve intervenção, a titular da pasta da Cultura disse que o investimento que está em curso no TNSC se trata de um conjunto de intervenções iniciadas em 2019, quer no interior, quer na fachada deste monumento nacional.
“Este é o exemplo emblemático – e, por isso, quisemos vir aqui – de um edifício que é património nacional, mas também casa de um corpo artístico. Portanto, estamos perante muito mais do que um monumento nacional”, justificou Graça Fonseca.
De acordo com a ministra da Cultura, através da componente autónoma para o seu setor, no âmbito do PRR, no valor global de 244 milhões, vai ser possível “prosseguir investimentos muito importantes, como o do TNSC”.
“A obra global deste equipamento, que está no PRR é algo que era há muitos anos desejado pelas pessoas que trabalham e que passaram por esta casa, o Teatro Nacional de São Carlos”, sustentou.
A obra, destacou Graça Fonseca, vai permitir, designadamente, a existência de uma sala de ensaios para a Orquestra Sinfónica.
Numa mensagem de caráter mais político, tendo ao seu lado António Costa, a ministra da Cultura sustentou a tese de que, na atual conjuntura de crise sanitária, económica e social por causa da Covid-19, “o papel da cultura é fundamental para a recuperação do país”.
Por isso, nas áreas dos teatros, cine teatro e património cultura, vamos conseguir nos próximos anos um investimento importante, criando oportunidades de trabalho num setor que, na atual conjuntura pandémica, tem sido particularmente atingido”, prometeu.
Graça Fonseca frisou neste contexto que os 244 milhões de euros previstos no PRR se destinarão a melhorias da rede de equipamentos culturais, nomeadamente teatro, cine teatros, bibliotecas ou arquivos.
“Neste âmbito, o TNSC é emblemático, porque se trata de um investimento muito importante que vai ser possível graças ao PRR”, reforçou.
As obras de restauro, limpeza, conservação e requalificação da fachada do Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC), em Lisboa, iniciaram-se no terreno em 28 de outubro de 2020, como ponto de partida de uma intervenção de requalificação geral deste monumento nacional, que se prolongará por dois anos.
Estas obras são ações corretivas e preventivas, visando solucionar alguns problemas identificados e resultantes da exposição do edifício às condições ambientais, adiantou à agência Lusa, em outubro, Conceição Amaral, presidente do Organismo de Produção Artística (OPART), que tutela o São Carlos.
Segundo o TNSC, na fachada do teatro, há a limpar a sujidade acumulada, arranjar as fissuras no teto da arcada e as zonas de superfície em pedra que estão danificadas, substituir a madeira das caixilharias, já degradada, fazer o tratamento de ferragens oxidadas e rever o envelhecimento de massas e outros materiais.
Ao longo deste período também serão desenvolvidas ações corretivas e preventivas, com o objetivo de solucionar os vários tipos de problemas identificados e que resultam da exposição do edifício às condições ambientais, da falta de manutenção e de intervenção humana, segundo o teatro.
As obras contam com o mecenato da Fundação Mirpuri, no âmbito de um protocolo firmado pelas duas entidades em 2018.
No horizonte do atual conselho de administração estão outras obras, nomeadamente no interior do teatro, como a renovação dos dourados e tratamento de estuques, que estarão a cargo da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva.