A líder do partido Sinn Fein, antigo braço político do grupo paramilitar Exército Republicano Irlandês, pediu desculpa pelo assassinato do lorde Luís Mountbatten, que perdeu a vida em 1979 às mãos do IRA enquanto passava uma temporada de férias na casa de verão, no Castelo Classiebawn, na Irlanda.
À Times Radio, citada pelo The Telegraph, Mary Lou McDonald comentou que a morte do tio do príncipe Filipe, o duque de Edimburgo, foi “desoladora”. Quando questionada sobre se pediria desculpas ao príncipe de Gales pela morte do seu tio-avô, McDonald respondeu: “O exército e as forças armadas associadas ao príncipe Carlos realizaram muitas, muitas, ações violentas na nossa ilha. Posso dizer, é claro, que sinto muito pelo que aconteceu. Claro, é de partir o coração”.
Os comentários de McDonald representam uma mudança significativa tendo em conta o seu antecessor, Gerry Adams, que expressou arrependimento pelo assassinato, mas não se retratou das afirmações de que Luís Mountbatten conhecia o risco de viajar até à Irlanda. O barco onde seguia o tio de Filipe explodiu na sequência de uma bomba aí colocada pelo IRA. Luís Mountbatten não estava sozinho nesse momento: no veículo seguiam ainda Doreen Knatchbull, Baronesa de Brabourne, de 83 anos, Paul Maxwell, um jovem de 15 anos da cidade de Killynure, e ainda o neto de Mountbatten, Nicholas Knatchbull, de apenas 14 anos. A morte do lorde foi retratada na última temporada da série “The Crown”, mostrando-o como um do confidentes do príncipe Carlos.
“Acredito que é o trabalho de todos garantir que nenhuma outra criança, nenhuma outra família, não importa quem seja, sofra o mesmo trauma e desgosto que eram comuns em todos os lados desta ilha e além”, continuou Mary Lou McDonald citada pelo jornal britânico. “Tenho a responsabilidade absoluta de garantir que nenhuma família enfrente isto outra vez e estou feliz em reiterá-lo no fim de semana em que a rainha enterrou o seu amado marido.”
O funeral de Filipe aconteceu este sábado nos terrenos do Castelo de Windsor, mais de uma semana após a morte do duque de Edimburgo, aos 99 anos.