Um lance entre Francisco Conceição e Abdu Conté na área começou a colocar os ânimos mais exaltados no banco portista, o golo anulado pelo VAR por dez centímetros a Toni Martínez deixou os nervos em franja, a falta sobre Luis Díaz de D’Alberto que o árbitro principal Hugo Miguel assinalou fora e não dentro da área no sexto minuto de descontos acabou por fazer explodir as emoções em Moreira de Cónegos, num empate entre Moreirense e FC Porto que continuou mesmo depois do apito final que quebrou a série de vitórias seguidas dos dragões.

Aqueles dez metros de Uribe não mereciam os dez centímetros de Toni (a crónica do Moreirense-FC Porto)

Com o jogo terminado, Sérgio Conceição dirigiu-se ao árbitro Hugo Miguel, dirigiu-lhe algumas palavras, viu cartão vermelho e chegou mesmo a ser agarrado por um dos árbitros assistentes, num momento onde também se percebeu a visível irritação do responsável pela comunicação do futebol portista, Rui Cerqueira. Por essa expulsão, a quarta da temporada depois de Paços de Ferreira, Braga e Portimão e a 19.ª na carreira de treinador iniciada no Olhanense (sendo que nunca tinha visto tantos vermelhos numa só época como em 2020/21), o FC Porto não teve ninguém na zona de entrevistas rápidas entre jogadores e treinador adjunto, da mesma forma como não se fez representar na habitual conferência de imprensa depois do encontro desta noite.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

[Ouça aqui a análise do ex-árbitro Pedro Henriques no programa Sem Falta da Rádio Observador]

“Ficaram três penáltis por assinalar para o FC Porto”

“Hugo Miguel e, principalmente, António Nobre são os responsáveis por esta farsa travestida de futebol. Isto é uma vergonha e não o afirmar é ser cúmplice. Penálti sobre Francisco Conceição é claro. E o lance de Díaz é dentro da área. Assim se falseia a verdade impunemente”, escreveu na sua conta do Twitter Francisco J. Marques, diretor de comunicação dos azuis e brancos, num texto acompanhado pelas imagens dos dois lances em que os responsáveis dos dragões se queixam de grandes penalidades por assinalar frente ao Moreirense.

De acordo com o antigo árbitro Pedro Henriques, ficaram não dois mas três penáltis por assinalar a favor do FC Porto, como explicou no Sem Falta da Rádio Observador. “No lance do Abdoulaye com o Pepe, há penálti claro não no jogo jogado mas na visão da imagem televisiva: o Pepe consegue antecipar-se e o Abdoulaye atinge-o na zona acima do tornozelo, perto do gémeo, e o Pepe colocou logo a mão na zona que tinha sido atingida, sendo que tem de ser o VAR a intervir (…) No primeiro de Francisco Conceição, ele cai mas não há infração; a seguir, no minuto seguinte, é abalroado pelo Abdu Conté, com o joelho varre o jogador (…) Podemos aceitar que há dois toques, no pé direito e no pé esquerdo, mas a primeira infração que tem de ser assinalada é a do pé esquerdo, que ao contrário do direito está dentro da área”, comentou Pedro Henriques, dando também razão a Hugo Miguel na grande penalidade sobre Toni Martínez assinalada e que permitiu o empate de Taremi.

Com este empate, que confirmou as dificuldades dos azuis e brancos em Moreira de Cónegos (apenas um triunfo nos últimos seis encontros), o FC Porto perdeu pela primeira vez pontos numa jornada para o Sporting desde a 19.ª ronda – excluindo, claro, o clássico entre ambos no Dragão – e não conseguiu pela segunda vez esta época somar a oitava vitória consecutiva no segundo encontro em todo o Campeonato com mais remates (19). Desta forma, os portistas ficaram pelos 67 pontos à 29.ª jornada, registo mais baixo desde a época de 2013/14.