O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, admitiu nesta quarta-feira a possibilidade de ter de “derrotar” o Hamas palestiniano, no poder na Faixa de Gaza, se a opção da “dissuasão” falhar, após mais de uma semana de combates mortais.
Há apenas duas possibilidades de os enfrentar, ou derrotá-los — e é sempre uma possibilidade — ou dissuadi-los e atualmente estamos envolvidos numa dissuasão firme”, disse Netanyahu a embaixadores em Telavive.
“Devo dizer que não excluímos qualquer possibilidade”, adiantou.
O primeiro-ministro israelita explicou que o que o Estado hebreu tenta fazer ao movimento islâmico Hamas é: “diminuir as suas capacidades, os seus meios terroristas e a sua determinação”.
Esperamos poder restabelecer a calma e esperamos poder fazê-lo rapidamente. Quero dizer que fazemos isto tentando ao máximo evitar vítimas civis”, disse ainda.
Desde o início, a 10 de maio, deste novo ciclo de violência entre Israel e grupos armados na Faixa de Gaza, com o Hamas à frente, pelo menos 219 palestinianos foram mortos em ataques israelitas ao enclave palestiniano densamente povoado e sob bloqueio, segundo o Ministério da Saúde local. Do lado israelita, morreram 12 pessoas nos disparos de rockets a partir do território palestiniano, de acordo com a polícia.
Nos mais de 820 bombardeamentos que dizem ter feito a Gaza, as forças israelitas referem ter tido como alvos, além de locais de lançamento de rockets, vários quartéis-generais do Hamas, as casas dos seus dirigentes, equipamento e passagens subterrâneas utilizadas para movimentar munições e ativistas.
“Analisamos a questão do momento oportuno para um cessar-fogo”, mas “preparamo-nos para mais vários dias” de operação, indicou nesta quarta-feira um alto responsável militar do Estado hebreu, adiantando que Israel verifica se a ofensiva “atingiu os seus objetivos”.
Um relatório do Ministério da Informação de Gaza divulgado nesta quarta-feira refere que o território palestiniano foi alvo de 1.615 ataques aéreos israelitas desde dia 10, um número muito superior ao indicado pelo exército israelita.
Face à continuação da violência, a França apresentou na noite de terça-feira um projeto de resolução ao Conselho de Segurança para pressionar a ONU a “assumir” o dossier e assim acabar com o bloqueio, principalmente por parte dos Estados Unidos, à aprovação de uma simples declaração sobre o conflito por parte do órgão executivo das Nações Unidas.
Os combates da última semana começaram após semanas de tensões entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, também relacionadas com despejos de palestinianos de Cheikh Jarrah, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão, junto ao local mais sagrado do judaísmo.
[As imagens do conflito mais violento em Gaza desde 2014:]