André Ventura vai abdicar de três vice-presidentes da direção nacional do Chega e tem a antiguidade como critério para a saída. Diogo Pacheco Amorim, Nuno Afonso e José Dias — que estão na direção desde o início — são os eleitos do presidente do partido para abandonarem o segundo cargo mais importante da direção. O Observador sabe que a proposta inicial de uma mudança mais profunda na direção partiu de Diogo Pacheco Amorim, André Ventura concordou e revelou a intenção numa reunião de direção.

No dia do arranque do III Congresso do Chega a direção ainda não está fechada, mas o presidente do partido confirma alterações na direção e a saída de três vice-presidentes. Na entrevista ao Observador, confrontado com as opções que estavam na linha da frente para a saída, Ventura não confirmou os nomes, mas admitiu que algumas das mudanças ocorrem por haver críticos internos, nomeadamente pessoas que consideram que o Chega se deve “tornar numa espécie de direita às mãos do PSD, uma espécie de direita moderada”. Entre as mexidas, o presidente do partido anunciou ainda uma aposta “na juventude e nas mulheres”.

Ao que o Observador apurou, a decisão de Ventura não agrada a todos os elementos da direção — o que ainda pode levar a recuos —, mas há quem esteja confortável. É o caso do proponente da ideia, Diogo Pacheco Amorim, que, em declarações ao Observador, diz tratar-se de uma “renovação na continuidade”. O ideólogo do Chega está de acordo com qualquer cargo que André Ventura lhe proponha ou mesmo uma saída total da direção. “Não faço questão de ter um papel institucional no partido”, referiu, ao esclarecer que pretende continuar a colaborar como partido.

Em ano de eleições, as primeiras autárquicas a que o partido vai a votos, André Ventura escolheu também para sair da vice-presidência Nuno Afonso, o coordenador autárquico do Chega. O militante “n.º 2”, logo a seguir ao fundador, André Ventura, é um dos homens da máquina do partido, foi conselheiro nacional do PSD e é também o candidato à Câmara Municipal de Sintra. José Dias é o terceiro vice-presidente que sai da direção, sendo que o técnico superior da PSP é também candidato autárquico do partido, ao encabeçar a lista à Amadora.

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