Ganhou em 2015 em Moto3, ganhou em 2018 em Moto2, voltava agora em 2021 em MotoGP. O Grande Prémio de Itália e o circuito de Mugello em Scarperia e San Piero, trazia boas recordações a Miguel Oliveira, que no ano de estreia na categoria rainha terminou em 16.º com a Tech3 mas que chegava apostado em colocar de vez o ponto final num início de época irregular onde não conseguiu qualquer top 10 nas primeiras cinco corridas e foi mesmo obrigado a abandonar na última prova em França quando tinha condições para chegar a um top 5.

Um mal nunca vem só: Miguel Oliveira começou tremido, voou à chuva, caiu quando era o mais rápido em pista e abandonou GP de França

“Foi uma corrida com um desfecho infeliz. Sem dúvida alguma que o que fica deste fim de semana é a minha rapidez e competitividade em qualquer condição e o nosso enorme potencial para fazer um resultado. Neste momento, o potencial não nos enche as esperanças mas o nosso foco já está posto em Mugello para um bom resultado”, disse após a queda em Le Mans. “Agora a abordagem é simples: acabar a corrida e somar pontos. Vamos tentar ter um objetivo realista para esta corrida. É uma pista de que gosto, que se enquadra no meu estilo. Mas não quero ter grandes expectativas. Estamos num modo de mente aberta, vamos ver que tipo de desafios enfrentamos a partir de sexta-feira e reagir de acordo”, comentou antes das sessões de treinos livres.

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Esse era o grande propósito de Miguel Oliveira e da própria KTM: confirmar os bons indicadores das últimas duas provas, que já mostraram uma maior adaptação à moto e à equipa, e mostrar logo na qualificação que tem mais e melhores argumentos para se intrometer entre os primeiros lugares. E os indicadores iniciais foram positivos, com uma qualificação direta para a Q2 sempre entre os oito mais rápidos em Mugello.

O português terminou o primeiro dia com o sexto melhor tempo das duas primeiras sessões de treinos livres, que tiveram Pecco Bagnaia como piloto mais rápido em pista. “Foi positivo. Uma primeira sessão com boas sensações, uma segunda sessão onde liderei parte do treino e consegui fazer boas voltas. O objetivo é continuarmos a melhorar a mota, ir diretamente à Q2 e sobretudo alinhar bem a mota para fazer uma boa corrida. A equipa deu um salto maior do que o esperado em termos técnicos, começámos a usar um quadro [chassis] que testámos em Jerez e aqui resulta bem. A equipa também nos deu mais velocidade de ponta. Parece que somos dos melhores em termos de ritmo de corrida”, destacou, antes de fazer esta manha o sétimo melhor registo e ir para a Q2.

Entre os 12 mais rápidos, o passo seguinte neste processo de retoma que valeu a quarta ida à Q2 em seis provas passava por fazer um resultado mais acima das melhores qualificações de 2021, os décimos lugares em Portugal e em França (nas restantes provas, fez 12.º em Doha, 15.º no Qatar e 16.º Espanha). E após um atraso de mais de meia hora pelo arrepiante acidente no final da qualificação de Moto3 que obrigou Jason Dupasquier, piloto suíço com ascendência portuguesa, a ser transportado de helicóptero para uma unidade hospitalar de Florença, o português prolongou essas melhorias, conseguindo o sétimo melhor tempo da sessão depois de ter andado com o terceiro registo mais rápido até à última volta lançada, altura em que se definiram as primeiras posições.

Fabio Quartararo conseguiu a quarta pole position consecutiva depois de Portugal, Espanha e França, tendo ainda o condão de quebrar o melhor tempo de sempre em Mugello (1.45,187). Pecco Bagnaia ficou com o segundo melhor registo (1.45,417) e o companheiro de equipa Johann Zarco (1.45,432) fechou a primeira linha da grelha. Miguel Oliveira abre a terceira linha (1.45,745), atrás de Aleix Espargaró (1.45,538), Jack Miller (1.45,598) e Brad Binder (1.45,743). As Suzuki de Álex Rins e Joan Mir partem ao lado do piloto português da KTM.