Um grupo de 240 personalidades, que conta com políticos, jornalistas, atores e escritores, assinaram uma carta aberta, divulgada esta segunda-feira, que defende o fim das touradas na RTP. O objetivo passa por ter uma “televisão pública livre da transmissão de espetáculos que se baseiam na violência contra animais e normalizam tais comportamentos, como sucede na tauromaquia”.
Os signatários defendem a “promoção da cultura a e da língua portuguesas e dos valores que exprimem a identidade nacional”, mas de acordo com “uma visão universalista, aberta aos diferentes contextos civilizacionais” e desde que respeite a sustentabilidade ambiental e o bem-estar dos animais” — algo que não acontece com as touradas.
Por isso, defendem que deve ser promovida a inclusão de programas que divulguem “atividades nas áreas dos direitos humanos, inclusão das pessoas com deficiência, igualdade do género, saúde, educação e defesa do consumidor, ambiente sustentável, bem-estar dos animais, ou de outras de reconhecido interesse público”.
A carta, enviada para o ministro das Finanças — João Leão — e o Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media — Nuno Artur Silva –, foi assinada por nomes como os músicos Agir e Paulo de Carvalho, as atrizes Beatriz Batarda e Eunice Muñoz, a modelo Sara Sampaio, os humoristas Diogo Faro e Nuno Markl e as deputadas Catarina Martins (BE) e Inês Sousa Real (PAN).
Esta carta surge após na sexta-feira ter sido divulgada outra iniciativa, que reuniu 125 personalidades, que pretendia que a RTP voltasse atrás com a decisão de as touradas não fazerem parte dos programas a emitir em 2021. Os signatários — nos quais se incluem Manuel Alegre, Gabriela Canavilhas e Fernando Negrão –, acusam a estação de televisão de exercer “censura” da “diversidade regional e das suas expressões culturais”.