O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, diz que a partilha de dados dos opositores russos que se manifestaram em frente à embaixada da Rússia em Lisboa em janeiro é “um ato de terrorismo político e de subserviência” que demonstra “tiques autoritários do PS” e que deve ser objeto de uma queixa-crime.

“A denúncia de manifestantes a Moscovo por Fernando Medina representa um ato de terrorismo político e de subserviência, entregando a cabeça de três pessoas a um Governo que viola os direitos humanos e que mata opositores“, diz Francisco Rodrigues dos Santos em comunicado enviado ao Observador.

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“Os tiques autoritários do PS querem transformar Lisboa em Moscovo e a Liberdade em servidão”, acrescenta o líder centrista. “Um pedido de desculpa não protege a vida dos denunciados nem afasta um crime. O CDS está ao lado das 3 vítimas e entende que deve ser apresentada queixa à PGR, por cumplicidade com a Rússia e para apuramento das responsabilidades criminais.”

Ou Medina se afasta ou o povo que ama a Liberdade tem de removê-lo com o voto“, remata Francisco Rodrigues dos Santos.

Medina pede “desculpa”. “Erro lamentável e que não poderia ter acontecido”

O caso, noticiado na quarta-feira pelo Observador e pelo Expresso, remonta a janeiro deste ano, quando três cidadãos russos (dois deles também com nacionalidade portuguesa) organizaram uma manifestação em frente à embaixada russa em Lisboa pedindo a libertação do ativista Alexei Navalny, detido em 17 de janeiro depois de aterrar em Moscovo. A câmara municipal de Lisboa, a quem foi pedida a autorização formal para o protesto, enviou à embaixada da Rússia os nomes, moradas e contactos dos organizadores. Fernando Medina já veio pedir desculpa pelo caso e justificar o que aconteceu com um procedimento administrativo habitual.

Os vários partidos têm-se pronunciado duramente contra Fernando Medina depois de o caso ter sido conhecido esta quarta-feira. O principal opositor de Medina na corrida autárquica na capital, o social-democrata Carlos Moedas, já veio exigir a demissão do autarca. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o caso é “lamentável” e assegurou que iria procurar perceber ao detalhe o que se passou. O PSD já anunciou que vai levar o caso às instituições europeias, mas a embaixada da Rússia já veio desvalorizar a situação e assegurar que a ativista pode regressar a casa tranquilamente. “Não interessam nem à Embaixada em Lisboa, nem a Moscovo os tais indivíduos com imaginação malsã“, disse a embaixada.

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