A Iniciativa Liberal Porto vai organizar um jantar privado para festejar o São João, esta quarta-feira. Ao contrário do “Arraial Liberal” que se realizou em Lisboa e que fez correr muita tinta, os liberais portuenses optaram por fazer um “jantar convívio”, “algo pequeno”, que pode ser comparado com qualquer outro jantar como os que vão acontecer “por toda a cidade” e que terá “20 ou 30 pessoas”.
O evento “Sardinhada Liberal” foi comunicado aos membros esta segunda-feira e publicado no Facebook esta quarta-feira. “A IL Porto está a promover um convívio de São João para a noite do dia 23 num restaurante no Largo da Cordoaria (coreto). Teremos sardinhas, cerveja, fêveras, e tudo o que um São João merece!“, podia ler-se na publicação em que se anunciava ainda o preço de 25 euros por pessoas, as horas e o local onde era possível fazer a inscrição.
Pedro Schuller, coordenador da Iniciativa Liberal no Porto, admite ao Observador que houve um “bocadinho de precipitação na publicação”, sendo que o restaurante onde se vai realizar o evento “ainda não está fechado”, o que levou a cancelar o evento nas redes sociais. Contudo, “à partida não está em causa a realização”.
Questionado sobre se o evento surge no seguimento do arraial que a IL organizou em Lisboa para festejar o Santo António, o coordenador do Porto assegura que “uma coisa não tem a ver com a outra”, ao argumentar que “a dimensão do evento é completamente diferente e a situação pandémica no Porto e Lisboa é completamente diferente”.
Apesar de não ser crítico do evento que se realizou em Lisboa, Shculler entende que o jantar no Porto “não é sequer comparável”. “Não é um evento político, é algo que qualquer cidadão pode fazer, não faz sentido equiparar”, explica, reiterando que é um jantar “aberto a simpatizantes e membros que queiram aparecer” e apontando para a presença de “20 ou 30 pessoas”, na qual assegura que serão cumpridas todas as regras estabelecidas para a restauração.
O arraial promovido pela Iniciativa Liberal decorreu em Santos, Lisboa, e contou com 20 espaços de comidas e bebidas, discursos políticos, música e dj’s. Na altura, o Delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Carlos da Silva referiu num parecer que a entidade era “desfavorável relativamente a todas as atividades que extravasem o referido comício político”, defendendo que o evento devia ser adiado “atendendo ao princípio de precaução em saúde pública, e pela situação epidemiológica atual na cidade de Lisboa”.
O partido recorreu à lei da manifestação para organizar o evento, marcaram presença mais de mil pessoas e as críticas surgiram da esquerda à direita, com o presidente da Câmara de Lisboa a criticar “utilização alterada” da lei de manifestação, com o PCP a acusar a IL de ter tido “ânsia de palco” e de ter “mordido a língua” após as críticas ao Avante e com o CDS a criticar o partido liderado por Cotrim Figueiredo pelo facto de ter aberto uma exceção para a política, o que diz ser “sempre um erro”.