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Aos 24 anos, Luís Carcau conta já com muitos projetos que quer colocar em prática na área agrícola. Natural da Aldeia Pai Torto, em Mirandela, Bragança, o jovem ganhou o gosto pela fruticultura desde muito cedo, nomeadamente pelo figo. Segundo nos conta, esta é uma fruta que “tem bastante potencial e que não tem sido alvo de atenção em Portugal”. É exatamente isso que Luís Carcau quer mudar, guiado por princípios como a sustentabilidade e o bem-estar ambiental. Por isso, foi um dos três vencedores da Academia do Centro de Frutologia Compal em 2020 e um dos projetos que recebeu uma Bolsa de Instalação Agrícola no valor de 20.000€.
Um amor à terra que existe desde sempre
Luís Carcau cresceu numa família de produtores de figo em que o amor à terra era já tradição. Não é por isso surpreendente que se tenha tornado um jovem curioso e com especial interesse pelo figo. Quando estava no ensino secundário e chegou o momento de escolher o rumo a seguir no futuro, não houve espaço para grandes dúvidas: “Decidi nos meus 16/17 anos que no final do 12º ano iria seguir engenharia agronómica”, afirma Luís Carcau. Esta decisão não foi encarada de forma unânime. Como tinha uma média elevada, foi aconselhado por vários professores a seguir Medicina. Já a sua família apoiou a sua escolha, encorajando-o a seguir Engenharia Agronómica na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Quando terminou o mestrado, decidiu partilhar os seus conhecimentos e ensinar também outras pessoas acerca desta área, o que o levou a ser formador agrícola. Este ano, com a ajuda da Bolsa de Instalação, Luís Carcau iniciou as suas plantações e comprou maquinaria.
Como surgiu a ideia de se candidatar
A Academia do Centro de Frutologia Compal e a Fábrica Sumol+Compal, em Almeirim, eram já locais conhecidos de Luís Carcau e foi no momento em que os visitou que quis saber mais: “Recordo-me que fomos recebidos na sala do Centro de Frutologia Compal, o que me despertou interesse e fez com que fosse pesquisar mais”. Por isso, até 2020, o engenheiro foi acompanhando a marca e o Centro de Frutologia Compal através de notícias e da internet. Nesse mesmo ano, já com uma ideia de projeto montada na sua cabeça, Luís Carcau decidiu candidatar-se à Bolsa de Instalação e “embarcar em mais uma aventura”.
Mais-valias da Bolsa de Instalação
“Não é nada fácil começar um projeto de grande dimensão sem financiamento (ou onde a maioria sejam capitais próprios) e a bolsa veio facilitar na execução”, conta-nos Luís Carcau. Contudo, as vantagens da Bolsa não são apenas monetárias; há também a criação de uma rede de contactos, que pode ser muito útil. De acordo com o engenheiro,
“a Academia foi uma experiência excelente que me abriu novos horizontes e ajudou a definir novas ideias. O networking proporcionado foi muito importante”. Acrescenta ainda que “a Sandra Silva [uma das vencedoras da bolsa da Academia do Centro de Frutologia Compal 2020] já visitou a minha exploração em Mirandela e eu deverei visitar o pomar da Sandra brevemente”. Ao longo de todo o processo de formação, Luís Carcau também teve a oportunidade de aprender mais sobre outras áreas. No seu caso, a principal aprendizagem deu-se nas áreas de Marketing, Tecnologia e Gestão do negócio, o que o levou a considerar a hipótese de vender os seus produtos online: “falaram [sobre vendas online] na Academia e quando comecei a fazer publicações nas redes sociais comecei logo a ter encomendas diretas”, conta-nos. Apesar de não ter ainda capacidade financeira para investir nas vendas online, está nos seus planos fazê-lo. “Estamos, por exemplo, a conseguir escoar muito bem a cereja através das encomendas nas redes sociais e parece que cada vez existem mais pessoas a querer comprar diretamente ao produtor”, acrescenta Luís Carcau. O facto de ter sido uns dos premiados da Bolsa do Centro de Frutologia Compal deu ao engenheiro “muita visibilidade e reconhecimento, principalmente a nível local”, o que é uma grande vantagem no que diz respeito, por exemplo, às vendas online.
Como foi usada a Bolsa de Instalação
Com a Bolsa de Instalação do Centro de Frutologia Compal, Luís Carcau conseguiu dar os primeiros passos no seu projeto: “já investi na instalação dos pomares de figueira, 4 hectares, na preparação de todo o terreno, na aquisição das árvores e em maquinaria”, como, por exemplo, num trator equipado com carregador frontal e escarificador. Na plantação foram incluídas as figueiras e plantação com GPS. Atualmente, já está a pensar no futuro, mais precisamente daqui a 5 anos, altura em que Luís Carcau prevê que o projeto concretize todo o seu potencial. A par disto, há outra meta: a de vir a produzir 100 toneladas de figo por ano. As ambições passam também por “criar uma parceria com a indústria, iniciar-me a sério nas vendas online que começarão a subir e explorar a exportação do figo seco”.
Em que pode o figo ser usado?
Não existe nenhum prato típico em Mirandela em que o figo assuma o protagonismo. Ainda assim, segundo Luís Carcau, há muitas formas de o consumir e incorporar em receitas, como:
- Entradas;
- Sobremesas;
- Figos secos;
- Compotas de figo;
- Figo em caldas.
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