A ex-jornalista Fernanda Freitas, sobretudo conhecida pelo programa “Sociedade Civil” da RTP, aparece como administradora não-executiva numa das listas às eleições no Montepio, a chamada “lista dos quadros” onde estão figuras como Pedro Alves, atual líder da Montepio Crédito, e Pedro Líbano Monteiro, que preside à Montepio Valor. Ao que apurou o Observador, esta lista – uma de (prováveis) quatro – será, porém, liderada por um experiente mas pouco conhecido gestor – João do Passo Vicente Ribeiro – que esteve no BPN com Miguel Cadilhe e na telecom brasileira Oi.
João do Passo Vicente Ribeiro, com 73 anos, pertence atualmente à Comissão de Remunerações da Semapa, tendo também ligações à Unicre e à Vila Galé Gest. No passado, foi diretor estatutário (executivo) na brasileira Oi e administrador da Pharol. Foi, também, administrador executivo do BPN na equipa de Miguel Cadilhe, no final de 2008. Ainda antes disso, teve passagens pelo BCP e pelo BPA.
Além deste (candidato a presidente do conselho de administração), há mais quatro outros administradores executivos nesta lista, que é esta quarta-feira entregue na ASF para que o supervisor financeiro da mutualista Montepio faça uma apreciação prévia sobre a respetiva idoneidade. Além de Pedro Alves e Pedro Líbano Monteiro, constam da lista os nomes de Nuno Paramés, ex-diretor de Risco e Compliance de Branqueamento de Capitais no BPP, e Maria Eduarda Osório, que entrou no banco na altura em que este foi liderado por José Félix Morgado.
É entre os dois não-executivos que está o rosto mais conhecido do público em geral, a ex-jornalista Fernanda Freitas, que hoje tem uma empresa que trabalha no setor da comunicação e conteúdos, a Eixo Norte Sul. A Associação Mutualista Montepio Geral é uma das clientes da Eixo Norte Sul, segundo o que está exposto no site da empresa.
Outra administradora não-executiva que é proposta é Paula Guimarães, que é outro dos “quadros” do banco e que se dedicou sobretudo à Fundação Montepio e às áreas da responsabilidade social.
Os nomes que não constam da lista, embora o Observador saiba que houve contactos, são os de Diogo Lacerda Machado, muito próximo do primeiro-ministro e que foi colocado por António Costa em dossiês delicados como a TAP e os chamados “lesados do BES”, e Luís Almeida, próximo de Tomás Correia e atual administrador com Vírgilio Lima (mas que há muito está desalinhado com a restante administração).
A lista entregue na ASF inclui, também, os nomes para o Conselho Fiscal. Segundo apurou o Observador, são eles Paulo André (ligado à Baker Tilly), Teresa Fiúza (quadro) e Carlos Morgado.