John Textor, o milionário norte-americano que terá chegado a acordo para comprar 25% da Benfica SAD por 50 milhões de euros, levando assim o Ministério Público a desencadear a operação Cartão Vermelho, continua a revelar mais episódios da sua relação com os encarnados. Até agora, apenas dizia que tinha conhecido José António dos Santos, conhecido também como “Rei dos Frangos”. Porém, num comunicado revelado na quinta-feira na sua página pessoal na internet, o empreendedor diz que chegou a reunir-se com o antigo presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira.
Benfica confirma à CMVM que “Rei dos Frangos” tem acordo para vender 25% da SAD a John Textor
Na longa nota, Textor vai ainda mais longe. Além de afirmar que conheceu Vieira, diz que esteve no centro de treinos do clube no Seixal e que chegou a visitar o estádio da Luz, em Lisboa. “Nunca neguei esta reunião, apenas optei por não discutir a reunião”, refere o milionário. E adianta; “E mantive meus comentários focados no facto de que só negociei com o Sr. Santos”.
“Depois dessa reunião, visitei todas as instalações relevantes do SL Benfica … O estádio, os estúdios da Benfica TV, o campus da Academia. Senti-me muito bem-vindo e isso parecia muito normal para um novo acionista”, refere Textor. “Então, por que é que alguém deveria considerar essas reuniões secretas? Não tinha controlo sobre quem falava, mas fiz um tour pelo SL Benfica ’em plena luz do dia’, sendo constantemente fotografado ao longo do caminho, ao mesmo tempo que era apresentado abertamente a várias pessoas. Para mim, este foi um grande dia… Um sonho que se tornou realidade”.
Textor diz ainda que pediu uma reunião “com toda a equipa de gestão” para ter a certeza de que apoiariam o empreendedor neste investimento. “Caso contrário, não estaria interessado em fazer um investimento”, garante. De acordo com o investidor, a assinatura do contrato para a venda de ações “foi há apenas três semanas” e seria “muito oportuna uma reunião” na próxima viagem que fizesse a Lisboa, “especialmente com a data de encerramento do contrato a 15 de setembro”.
O empresário quer, na verdade, “atualizar” a oferta que fez e diz estar disposto a adquirir as ações de qualquer outro acionista que queira vender a sua posição.
Promete ainda ajudar o Benfica com o empréstimo obrigacionista que está em curso. “O que quer que o público decida não comprar (na verdade, um empréstimo ao SLB SAD), eu financiaria imediatamente a diferença, para que o Clube pudesse manter o ímpeto para a temporada com todos os recursos necessários para que tenha sucesso nas competições”.
Mais: “Se por algum motivo não houver investidores que se comprometam a financiar a emissão das obrigações, com uma taxa de juros de 4,75%, financiarei toda a emissão das obrigações de 55 milhões de euros à taxa de 3%“, garante John Textor. “A dívida é má, mas se vier de mim pode pelo menos ser barata”, refere o investidor, que quer que o Benfica deixe de pedir emprestado e entre na bolsa de Nova Iorque, onde “deveria angariar 200 milhões de euros”.
Na segunda-feira, quando lançou o primeiro comunicado, Textor descrevia o SL Benfica como “um gigante adormecido”, pelo talento que desenvolve nas academias e pela “oportunidade sem igual” na expansão da marca a nível global. Porém, no início desta semana, referia que ainda não tinha tomado uma decisão dada a “extraordinária alteração de circunstâncias” que, disse, estava ainda a “digerir”.
