O deputado relator da comissão de inquérito do Novo Banco, Fernando Anastácio (PS), rejeitou esta segunda-feira, “liminarmente” as acusações de enviesamento do relatório preliminar feitas por PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal, garantindo a objetividade do documento.
“Rejeito liminarmente essa ideia de uma leitura enviesada. Aliás, é uma leitura objetiva, na minha qualificação”, disse esta segunda-feira, aos jornalistas Fernando Anastácio (PS), nos Passos Perdidos do parlamento, depois de ter apresentado o relatório da comissão de inquérito de manhã.
O deputado disse preferir “fazer a leitura que é um posicionamento de partida de que um posicionamento final”, e reconheceu que “há muito trabalho para fazer”. “O relatório foi distribuído às 10h20 da manhã e são as primeiras impressões, não vamos valorizá-las tanto como isso”, afirmou. “Na minha perspetiva pessoal, o pior que poderia acontecer à comissão de inquérito, face até ao impacto que a comissão de inquérito teve na opinião pública, era os deputados não conseguirem encontrar uma plataforma de entendimento para um texto global”, alertou.
Questionado acerca das críticas dos partidos de direita ao relatório, Fernando Anastácio considerou tratar-se de “alguma tentativa de condicionamento de opiniões, mas uma preocupação muito grande de uma defesa de um passado”. “Acho que não devemos estar por aí. Devemos ter capacidade de olhar para o passado, e o passado não tem de nos condicionar necessariamente na apreciação do presente”, concluiu o deputado socialista.
PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal consideraram esta segunda-feira que o relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco elaborado pelo deputado socialista Fernando Anastácio está “enviesado” e espelha a “narrativa do PS”, contrastando com a apresentação feita pelo relator.
O coordenador do PSD na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, Duarte Pacheco, disse esta manhã, durante a apresentação da versão preliminar do documento, que atualmente “não é um relatório que possa ser assumido” pela comissão.
“Se ele não sofrer profundas alterações merecerá o voto contra do PSD”, avisou Duarte Pacheco, considerando que ou o documento é “profundamente alterado, ou não terá, da parte dos deputados do PSD, o voto sequer de abstenção, para o viabilizar”.