Embora a maioria dos condutores ainda esteja ao volante de automóveis equipados com motor de combustão interna, a gasolina ou diesel, apostamos que serão muito poucos aqueles que ainda não se aperceberam da crescente popularidade dos modelos híbridos.
Esta é uma tendência em franco crescimento, com a generalidade dos construtores a introduzir no mercado versões híbridas de cada modelo. Em 2020, venderam-se 619.129 veículos híbridos plug-in (PHEV) na Europa, um aumento de 210% que corresponde a mais do dobro das vendas no ano anterior.
Muitos países apostam na promoção de medidas de incentivo, seja através de apoios financeiros à aquisição de modelos híbridos, seja aplicando legislação específica para restringir a circulação de carros a combustão. Alguns governos assumem mesmo o compromisso de proibir a venda de veículos novos com motor de combustão interna, antes de 2030. E várias cidades em todo o mundo já anunciaram o compromisso de banir completamente os carros a gasóleo até 2025.
No entanto, embora esse dia pareça estar longe, é certo que a tecnologia dos automóveis híbridos vai continuar a progredir a ritmo acelerado, acompanhada por uma descida progressiva dos preços que vai colocá-los no mercado a valores equivalentes aos dos modelos com motorizações convencionais. Em termos muito práticos, os híbridos adaptam-se a todas as necessidades, aliando a condução com baixas emissões à descontração com a autonomia. Ou seja, polui menos e anda os quilómetros que quiser.
Vantagem para os híbridos
Os híbridos plug-in (PHEV) tornaram-se, de facto, uma das opções mais acertadas para os clientes que defendem, cada vez mais, a mobilidade sustentável. De acordo com os dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis as vendas de híbridos plug-in aumentaram 134% no primeiro trimestre de 2020, na Europa. A versatilidade, a sustentabilidade e a autonomia elétrica são alguns dos argumentos que explicam o crescimento deste segmento.
Os carros híbridos são os mais eficientes em termos de consumos de combustível, porque conseguem ser muito frugais na cidade, garantindo também ótimos resultados em percursos mais longos. Se a economia de combustível em percursos citadinos é um dos argumentos mais fortes dos híbridos, em viagens mais longas, a rapidez que os condutores exigem, sobretudo em autoestrada, faz com que o motor de combustão seja mais solicitado, aumentando por isso os consumos.
Mas à medida que as tecnologias de hibridação evoluem, parece haver cada vez menos razões para comprar carros equipados exclusivamente com um motor a gasolina ou diesel. Além disso, o facto de circular sem emissões de gases e partículas também dá acesso a vantagens para estes veículos, como zonas de circulação exclusiva e lugares de estacionamento reservados.
Um híbrido é mais fiável?
Vários estudos indicam que os proprietários de híbridos estão mais satisfeitos com a sua escolha e até reportam menos avarias e menor número de falhas mecânicas. Estudos de opinião, realizados junto de proprietários, demonstram que os carros híbridos a gasolina são o tipo de motorização mais fiável no mercado. A gravidade da avaria, o tempo de reparação e o custo são alguns dos indicadores favoráveis aos híbridos, em comparação com modelos convencionais.
Os motores diesel produzem, em média, cerca de oito vezes mais NOx (óxidos de nitrogénio) do que os motores a gasolina equivalentes. Com efeitos nocivos diretos na saúde e no ambiente, o NOx é produzido em qualquer motor de combustão pelo que, quanto menor o tempo de utilização, menores as emissões. É isto que acontece nos híbridos ao combinar a propulsão elétrica com o bloco convencional, muitas vezes de menor capacidade e, portanto, menos poluente.
As emissões de CO (monóxido de carbono) também são menores nos híbridos com motor a gasolina, que conseguem reduzir em cerca de 25%, em média, os volumes de emissões dos modelos equivalentes equipados apenas com motor de combustão.
Mitos e preconceitos
Os modelos híbridos plug-in permitem conduzir em modo 100% elétrico, ao longo de várias dezenas de quilómetros, numa autonomia muitas vezes superior à distância média percorrida nas viagens casa/trabalho. A ideia de que não são adequados para viagens longas é errada. Tal como a de que o modo elétrico só é eficaz no trânsito citadino. De facto, um híbrido plug-in de última geração como o SEAT Leon e-HYBRID está programado para funcionar, sempre que possível, em modo elétrico, garantindo uma autonomia até 64 km.
As baterias são carregadas através do sistema de travagem regenerativa, que produz e acumula energia sempre que se dá uma desaceleração do veículo, num processo que o condutor pode visualizar graficamente no painel de instrumentos.
Há também quem considere que os híbridos em modo elétrico apenas podem circular a baixas velocidades, mais comuns no trânsito urbano. Nada mais errado, porque apesar de poder afetar a autonomia, um híbrido em modo full EV é perfeitamente capaz de circular a 120 km/h, dentro do limite das autoestradas na Europa.
O consumo de combustível dos híbridos é outro preconceito comum. Em modo híbrido, os motores elétricos e o motor de combustão funcionam de modo alternado entre si, automaticamente, combinando o rendimento de cada um para obter a máxima eficiência.
É assim que se consegue uma redução drástica das emissões de CO2 e dos consumos, que no caso do SEAT Leon e-HYBRID é de 1,1l para 1,3l/100km (WLTP) e 18,1 – 19,3 kW/ 100km (WLTP). Sempre que é necessário efetuar uma manobra mais rápida, os dois motores trabalham ao mesmo tempo para dar ao condutor uma potência máxima de 204 cv (150 kW), que lhe permite acelerar dos 0 aos 100 em 7,5 segundos.
O modo híbrido permite a combinação automática dos dois motores, mas o condutor também pode configurar manualmente o sistema, reservando a carga elétrica ou recarregando as baterias enquanto conduz com o motor de combustão. É esta versatilidade que permite aos condutores de automóveis híbridos enfrentar qualquer percurso e distância sem o stress da autonomia.
Diesel e gasolina ainda são uma escolha acertada
Além dos preços dos automóveis e dos custos com combustíveis, manutenção, impostos e seguros, é preciso ter em conta a quilometragem média anual e o número de anos que se pretende manter o carro. Por um lado, os motores Diesel serão sempre mais económicos do que os a gasolina, por questões de natureza técnica da mecânica e de especificidade química do combustível. Quanto a emissões, a mais recentes normas europeias têm levado os construtores a desenvolver sistemas de combustão e filtragem de partículas muito eficazes, capazes de reduzir grandemente a carga poluente dos motores térmicos. Nos veículos novos, as diferenças são mínimas entre gasolina e diesel, com estes a emitir menos CO2, havendo mesmo casos em que os Otto poluem mais, globalmente.
Os preços de venda dos modelos com motorização híbrida são mais elevados que os equivalentes a combustão, tornando a aquisição especialmente interessante para empresas que têm acesso a benefícios e vantagens fiscais. Para o consumidor particular, com uma quilometragem anual abaixo dos 15 mil, as variantes a gasolina continuam a ser uma excelente opção. Caso faça uma utilização intensiva, por exemplo na ordem dos 500 km por semana ou mais, o Diesel ainda continua a fazer sentido. Até porque o racional da compra deve ter em conta o prazo de amortização do investimento e, no caso, o diferencial de preço para o híbrido pode fazer a diferença.
Diesel, gasolina ou híbridos? Qual é, afinal, a melhor opção?
Nas sondagens realizadas nas redes sociais do Observador, entre os dias 6 e 9 de julho, no Facebook foi registado um alcance de 12 918 utilizadores, 488 reações e 207 votos, dos quais 56% foram na resposta “Os 3 são uma boa opção” e 44% na resposta “Híbridos, sem dúvida”.
No Instagram, 1335 pessoas concluíram que “Os 3 são uma boa opção” e 2294 escolheram a resposta “Híbridos, sem dúvida”, numa publicação que alcançou 83414 visualizações e um número total de 3629 votos.
Estes resultados comprovam que, na hora de escolher um automóvel novo, ainda vale a pena equacionar as diferentes opções de motorização, de acordo com o tipo de utilização que vai fazer. As preocupações com a sustentabilidade e o ambiente também devem assumir cada vez mais importância nas escolhas dos consumidores, particularmente num setor como o dos transportes que é precisamente o maior responsável pelas emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Portanto, com a tecnologia a evoluir rapidamente, é expectável que o mercado automóvel registe, progressivamente e no médio prazo, um volume crescente de vendas de automóveis híbridos.
Saiba mais sobre este projeto em https://observador.pt/seccao/observador-lab/seat-proof/