Se é daqueles que teme a chegada de 2035, por nessa altura os veículos a combustão estarem condenados a desaparecer, de acordo com a proposta avançada pela Comissão Europeia, então este perfume vai apaziguar-lhe o olfacto. Chama-se Mach-Eau e é uma nova fragância criada pela Ford que tem a particularidade de cheirar a borracha e a gasolina. Um “bálsamo”, portanto, para o nariz de qualquer petrolhead.
A má notícia, para os potenciais interessados, é que a “fragância premium” não se encontra disponível no circuito comercial. Mas quem quiser voltar-se a sentir inebriado por aquele cheirinho a gasolina que os veículos eléctricos não têm, pode começar a olhar com outros olhos para o Mustang Mach-E GT, o SUV a bateria da oval azul que, agora, passa a poder estar associado a um aroma próprio, a Mach-Eau.
Apresentada na última edição do Festival de Velocidade de Goodwood, onde acorrem anualmente milhares de aficionados da combustão, a fragância da Ford surge como uma arma sensorial que visa facilitar a transição para a mobilidade 100% eléctrica. Isto porque, num inquérito encomendado pela Ford, um em cada cinco condutores confessaram que “o cheiro a gasolina seria o que mais sentiriam falta quando trocassem para um veículo eléctrico, com quase 70% a afirmar, simplesmente, que sentiriam falta desse odor”. A pesquisa permitiu ainda constatar que o cheiro a gasolina é mais cativante do que o do vinho ou o do queijo, batendo-se taco a taco em popularidade com o cheiro de livros novos…
A julgar pelos resultados do nosso inquérito, o apelo sensorial dos carros a gasolina é ainda algo de que os condutores estão relutantes em desistir. A fragrância Mach-Eau foi concebida para lhes dar uma sugestão desse prazer, da fragância de combustível que ainda apreciam, que deverá permanecer o tempo suficiente para que a performance do GT faça, também, vaporizar quaisquer outras dúvidas que subsistam”, explicou o director de Comunicação de Produto da Ford Europa, Jay Ward.
De realçar que o fabricante de Dearborn comprometeu-se a abandonar os motores a gasolina e a gasóleo até 2030, no mercado europeu. Mas dado que há ainda quem careça de um certo odor a hidrocarbonetos ou tenha um faro mais apurado para a octanagem, a Ford recorreu à especialista em fragâncias Olfiction para criar a Mach-Eau.
Segundo a Ford, a consultora começou por “analisar os químicos emitidos a partir do interior dos automóveis, dos motores e da gasolina”, tendo-se decidido a avançar por um composto que inclui benzaldeído e para-cresol. O primeiro evoca o cheiro no interior dos veículos a combustão, enquanto o segundo remete para o cheiro a borracha libertado pelos pneus. Juntam-se-lhes ainda outros ingredientes para puxar pelas notas de fumo e de borracha, sendo tudo isto envolvido por um “elemento animal” que faz a ligação ao mundo equestre. Deduzimos que não será o cheiro a cavalo, mas a ideia dos perfumistas foi também levar ao nariz “a herança Mustang”.