Um “pormenor” que não invalida um relatório “bem feito”. Para Rui Rio, o facto de o relatório final da comissão de inquérito do Novo Banco se referir à resolução do BES, decidida pelo Governo de Pedro Passos Coelho, como uma “fraude política” não justificaria um voto contra no documento final — até porque, por essa lógica, os deputados “nunca conseguiriam passar relatório nenhum”.
Questionado sobre o voto favorável do PSD no documento, à saída de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Rio lembrou que os deputados votaram contra essa proposta em concreto e apresentaram uma declaração de voto em que expressam a sua discordância, mas frisou que isso não valeria um voto contra o relatório final.
“Não há fraude política nenhuma, não subscrevemos essa conclusão”, fez questão de sublinhar. Mas, mesmo assim, o presidente do PSD garantiu que “tirando esse aspeto” o relatório está “bem feito”. E a discordância até vem, sobretudo, da “adjetivação”: “O PSD não nega que tenha havido problemas com resolução, mas o próprio relatório diz que é o menor mal dos males”.
“Tirando esse aspeto, no qual não concordamos na plenitude, especialmente com essa adjetivação, está bem feito. Se o PSD votasse contra apenas porque não concorda com um pormenor, nunca havia relatório nenhum. Há sempre coisas de que não gostamos”, justificou Rio.
O presidente do PSD foi ainda questionado sobre o desafio que André Ventura, do Chega, lançou aos partidos de direita para conversarem sobre a formação de uma alternativa de Governo, mas recusou responder: “Não vou fazer nenhum comentário público sobre o Chega e as declarações de Ventura”.