É o adeus de um desportista de eleição e de uma lenda do motociclismo: Valentino Rossi anunciou que esta época é a última da sua carreira e que em 2022 já não estará presente no Moto GP. O italiano convocou uma conferência de imprensa extraordinária esta quinta-feira na Áustria, onde se disputa o Grande Prémio da Estíria, na qual deu a notícia.

Homem que em 25 anos nas categorias mais prestigiantes do motociclismo mundial conseguiu 9 títulos, ‘Il Dottore’, com 42 anos, achou que era altura de tirar finalmente o capacete: “Decidi parar no final desta época. Infelizmente, será a última metade de uma temporada como piloto. É um momento difícil. Tem sido divertido”.

Rossi, que diz não se poder “queixar da carreira”, afirmou sem rodeios que “os resultados decidem” este tipo de coisas. “Tinha a oportunidade de seguir com a minha equipa e o meu irmão, mas está tudo bem assim”, disse. De relembrar que Valentino terá uma equipa chamada Aramco Racing Team VR46 na próxima época, onde estará o irmão Luca Marini.

115 vitórias, 235 pódios, diversas rivalidades, de Biaggi a Marquez, de Gibernau a Hayden, Rossi deixa memórias de espetáculo e alguma loucura, como provavelmente nenhum outro piloto deixou.

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Provavelmente o mais popular de sempre a andar no Moto GP, o italiano deixou uma garantia aos seus fãs: “Sempre dei tudo. Este caminho foi fantástico”.

Valentino Rossi afirmou ainda que vai deixar o motociclismo sem arrependimentos: “Se me arrependo de algo? Não. Foi muito difícil competir com a Ducati porque não ganhei, mas foi um grande desafio. Se tivesse ganho, teria sido épico. Sinto-me um pouco triste por não ter conseguido o décimo [campeonato mundial]. Merecia-o, pelo meu nível e velocidade. Perdi-o duas vezes na última corrida”.

“Não estou feliz, mas se tivesse decidido continuar também não seria feliz”, frisou ‘Il Dottore’.

Rossi estreou-se em 1996, na classe de 125cc, na qual conquistou o seu primeiro título mundial um ano depois. Em 1998, subiu a 250cc, que venceu no ano seguinte.

Em 2000, subiu à categoria rainha, na altura para motas de 500cc, tendo conquistado o campeonato em 2001, último ano em que estas motas correram, antes de serem substituídas pelas atuais MotoGP, em 2002, com Rossi a ser campeão nesses dois anos, assim como em 2003 e em 2004, em que deu o primeiro título à Yamaha, e 2005.

Depois de perder em 2006 e 2007, recuperou o título em 2008 e voltou a vencer em 2009, no que foi o seu último título conquistado.

“Tive uma longa carreira e, felizmente, venci muitas corridas, mas tive alguns momentos e vitórias que são inesquecíveis, de pura alegria”, disse.