Foi um ano negro para Ana Cabecinha que a deixou psicologicamente abalada. A campeã nacional de marcha, que terminou em 6.º lugar nos 20km nos Jogos do Rio (2016), não conseguiu ir além do 20.º lugar na prova em Tóquio. O motivo, garantiu, foi psicológico — já que diz que fisicamente está em forma. E deixou o lamento: “Não era bem este o resultado que eu queria.”
Em declarações à RTP, logo a seguir à prova, a atleta de marcha explicou que tal se deveu a estar numa fase menos boa psicologicamente: “Tive um ano muito complicado: Covid em janeiro, a morte do meu pai em abril… Chegar aqui e gerir as emoções foi muito complicado.” Em entrevista ao Sapo24, em julho, Cabecinha explicou que a doença a derrotou fisicamente — “afetou-me a forma em 90% e levei meses com o vírus alojado nos pulmões” —, mas que a derrota do pai foi o golpe mais duro.
Ana Cabecinha, que fez em Tóquio a sua quarta participação em Jogos Olímpicos, tinha apontado obter um diploma olímpico como objetivo, como explicou. No currículo já conta com três: Pequim2008, Londres2012 e Rio de Janeiro2016.
Desta vez, Cabecinha não conseguiu ficar entre as oito primeiras, mas não tem dúvidas de que a questão mental foi o problema, tendo até admitido que chegou a ponderar falhar estes Jogos. “Mas custou-me tanto que tinha que chegar ao fim, nem que fosse para dedicar ao meu pai”, confessou. “Aguentei estes meses muito mal psicologicamente, mas cortei a meta.” E assim foi, na primeira metade da tabela.