Não há adepto que não goste de ver a sua equipa nas competições europeias. Na alta roda do futebol e, sobretudo, sem grandes dúvidas, na milionária e prestigiante Liga dos Campeões. Os adeptos do Benfica não são exceção e foi esta terça-feira nos jogos europeus que tanto gostam que regressaram ao seu estádio. Desde 29 de outubro de 2020, numa vitória por 3-0 frente ao Standard Liège, que a “catedral”, como lhe chamam os benfiquistas, não via, recebia e sentia adeptos.

Com esse chamamento, os benfiquistas não foram tímidos e, dentro das regras sanitárias a que o momento obriga, foram “ver a bola”. A bola, essa, durante a primeira parte (e na segunda, sejamos claros), esteve quase sempre do lado do Benfica. Os primeiros minutos foram mais atribulados, digamos, com pouca definição no jogo e, sinceramente, sem se perceber muito bem o que vinha o Spartak de Rui Vitória, aplaudido pela Luz, tentar fazer para dar a volta a eliminatória.

Afinal, o clube vive momentos muito, muito, conturbados, com derrotas e demissões consecutivas de dirigentes, e em campo as coisas não foram melhores. Sim, por vezes tentavam e, sim, pelos 20′, o único remate à baliza era da equipa de Moscovo. Alias, Vlachodimos foi obrigado a uma boa defesa em cima do intervalo. Mas era pouco para tentar dar trabalho à equipa de Jorge Jesus.

Por vezes, foi possível ver o Spartak com uma linha de seis (!) atrás, tentando chegar a todo o lado. Era complicado entrar na muralha russa, com os jogadores comandados pelo português Vitória, que tanto sucesso teve no Benfica a levar os seus jogador a assinar um pacto, não de Varsóvia, mas de “aqui no meio não entram passes”. Sempre que entraram, mais na horizontal do que na vertical, as águias criaram perigo. Vá, usemos mesmo a expressão: “entre linhas”. Isto porque na vertical o Benfica era rei e senhor, com os russos a recuarem e a recuarem quando Otamendi, por exemplo, avançava com a bola. Intervalo sem golos, mas com a eliminatória controlada. Pelo menos assim parecia.

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Pausa para uma homenagem aos heróis olímpicos portugueses Pedro Pablo Pichardo e Fernando Pimenta. Com direito a volta ao relvado do Estádio da Luz e uma grande ovação com o público de pé.

Voltando ao jogo, voltávamos ao mesmo. Destaque para a entrada de Morato para o lugar de Vertonghen. E quando dizemos voltar ao mesmo, até houve a jogada de perigo da praxe do Spartak, mas só isso praticamente.

O Benfica voltava a trocar a bola. Em demasia até, como chegou a acontecer na primeira parte, mas quase dentro da área dos russos. Continuava a muralha, e o Benfica tentava e tentava. E voltando outra vez ao mesmo, faltava o “entre linhas”.

Aos 58′, o Benfica “mata” a eliminatória através do ex-Sporting João Mário. Mais uma boa jogada das águias a aproveitar a largura. Confusão na área e a bola sobra para o novo dono da batuta do meio campo encarnado que fez o 1-0. Como gostou o público da Luz deste golo. E de ver o novo menino bonito, que é claramente João Mário, a estrear-se a marcar de águias ao peito.

Ainda deu para estrear Yaremchuk, o avançado de 17 milhões de euros que chegou para Jorge Jesus, mas não havia muito mais a fazer. Nem para o Benfica, nem para o Spartak Moscovo de Rui Vitória. Claro que os moscovitas até tiveram algumas jogadas, até depois do golo. Mas não havia muitas dúvidas: a eliminatória era do Benfica.

Segue-se o holandês PSV, de Eindhoven, para ver se a equipa faz a vontade aos adeptos e ao presidente Rui Costa, que disse claramente que o Benfica “tem de estar na Liga dos Campeões”. Os adeptos, esses, estão mais que prontos, e devem ter ainda mais ovações guardadas, como as que deram a Rafa, Pizzi, Diogo Gonçalves ou Gonçalo Ramos. Ah! E Yaremchuk, com alguma sorte, ainda fez o “golito” na estreia. O Benfica está bem e agora…

… têm a palavra, como sempre, JJ e os seus rapazes.