Orlando Monteiro da Silva, ex-bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, é o candidato da Iniciativa Liberal à Câmara Municipal de Gaia. Sem filiação partidária desde 2000, viu no partido liderado por João Cotrim Figueiredo a “capacidade de intervir de forma cívica e política”. Apesar de estar a “coabitar” com a IL em Gaia, não é militante, segue como cabeça de lista independente, mas não afasta juntar-se ao partido no futuro.

Pelo caminho ficou um convite do Chega para ser candidato à Câmara Municipal do Porto, que declinou por não se rever na ideologia do partido liderado por André Ventura.

“Sou liberal, europeísta convicto, um universalista. Identifico-me muito mais com o ideário da IL [do que com o do Chega]”, assegura, recusando uma linha política que, diz, se serve de “estigmatizar minorias ou realçar alguns tipos de criminalidade numa perspetiva de ir chamar o que há de pior nas pessoas para justificar opções ou para obter ganhos”.

Orlando Monteiro da Silva viveu na Alemanha na infância, quando o país ainda estava dividido em dois. As visitas que teve oportunidade de fazer ao bloco oriental e o contraste que existia entre os dois pedaços moldaram-no para sempre. Isso e a memória de um país materno ainda bastante empobrecido.

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A ligação política que teve mais a sério foi no CDS, de 1995 a 2000, onde chegou a ser conselheiro nacional. Acabou por desfiliar-se do partido quando chegou à Ordem dos Médicos Dentistas

Monteiro da Silva, que esteve 20 anos à frente daquela ordem, pretende usar a experiência profissional que adquiriu a nível nacional e internacional para identificar e propor “soluções concretas” para uma autarquia que está “subalternizada”.

“Gaia é o terceiro concelho mais populoso do país, mas não tem relevância em termos nacionais, sem razões absolutamente nenhumas”, lamenta o candidato à autarquia.

Mesmo assumindo que, “num país que tem pouco de liberal, que está condicionado e adormecido para nivelar por baixo a criatividade e inovação que existe, este desafio é particularmente “difícil”, Monteiro da Silva não tem dúvidas: Gaia precisa de uma voz liberal para se fazer ouvir.

Iniciativa Liberal vai para as autárquicas “de pés na terra” para evitar tropeções