O primeiro-ministro da Malásia, Muhyiddin Yassin, entregou esta segunda-feira a sua renúncia ao rei, significando o fim do seu governo de 17 meses, o mais curto de sempre no país, noticiou a Associated Press.
A saída de Muhyidddin deixará o país numa nova crise no meio da pandemia Covid-19, cujos números de infeções e mortes têm vindo a aumentar, referiu a agência de notícias.
Os líderes políticos já começaram a disputar o seu cargo, nomeadamente o vice-primeiro ministro, Ismail Sabri, que tem vindo a reunir apoio para suceder a Muhyiddin e manter o governo intacto.
Esta renúncia surge, em grande parte, pelas largas críticas que têm sido feitas ao governo pela forma inadequada de lidar com a pandemia. A Malásia tem uma das taxas de infeção e mortes mais altas do mundo, com casos diários que ultrapassaram os 20.000 este mês.
Bridger Welsh, especialista em política malaia, disse à Associated Press que “a má governação, o fraco foco na política de sobrevivência e a falta de vontade de reconhecer as suas falhas levaram Muhyiddin à ruína”. Acrescentou ainda que a sua saída do cargo deixou o país em águas desconhecidas, sendo que “o foco agora é que a Malásia tenha uma transição pacífica para um governo que consiga lidar com a crise e com a pandemia em condições”.
Segundo a constituição da Malásia, o primeiro-ministro deve renunciar se perder o apoio da maioria. Neste caso, o rei nomeia diretamente um novo líder que considere ter a confiança do Parlamento ou espera pela eleições.
Muhyiddin inicialmente insistiu na ideia de que ainda tinha o apoio da maioria e tentou prová-lo. Contudo, quando se apercebeu que não conseguia fazê-lo, virou-se para os partidos da oposição pedindo apoio para fortalecer o seu governo. O seu apelo foi rejeitado por todos e, inclusivamente, a aliança de três partidos, que é o maior bloco de oposição, nomeou o seu líder Anwar Ibrahim como candidato a primeiro-ministro.
Os media locais disseram que outro possível candidato é Razaleigh Hamzah, um príncipe de 84 anos que foi ministro das finanças. Razaleigh é visto como um candidato neutro que poderia unir as fações em conflito na United Malays National Organization (UMNO).