Começou por recusar comentar casos individuais, mas a Casa Branca acabou por responder ao apelo de um dos muitos afegãos, aliados dos EUA, que ficaram para trás durante a retirada do Afeganistão. “A nossa mensagem para ele é: obrigado por lutar ao nosso lado nos últimos 20 anos. Obrigado pelo papel que desempenhou ao ajudar várias das minhas pessoas favoritas a sair de uma tempestade de neve e por todo o trabalho que fez”, disse a porta-voz da Casa Branca esta terça-feira. Jen Psaki falava de Mohammed, o intérprete afegão que, em 2008, ajudou a salvar Joe Biden, então senador, dos talibãs.

Numa entrevista ao Wall Street Journal, Mohammed, que não quis revelar o resto do seu nome, lançou um apelou ao presidente dos Estados Unidos: “Senhor Presidente, salve-me a mim e à minha família. Não se esqueça de nós aqui.”

A resposta de Psaki não podia ser mais direta. Depois de garantir que o compromisso da administração de Biden é duradouro, não apenas para os cidadãos norte-americanos, mas também para os aliados afegãos, falou diretamente para Mohammed, como noticia a CNN. “Os nossos esforços e o nosso foco estão agora, como ouviram o general McKenzie, e muitos outros, dizer nas últimas 24 horas, na fase diplomática. Nós vamos tirar-te de lá. Vamos honrar os teus serviços. Estamos empenhados em fazer exatamente isso.”

O intérprete afegão que salvou Biden dos talibãs em 2008 foi “deixado para trás”

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Mohammed, a mulher e os quatro filhos estão escondidos dos talibãs — o movimento extremista islâmico que controla agora o Afeganistão — depois de terem sido considerados opositores do regime devido ao trabalho desenvolvido em parceria com o exército norte-americano. Há 13 anos, quando Mohammed tinha 36 e trabalhava como intérprete, recebeu um pedido de ajuda urgente. Dois helicópteros Black Hawk tinham pousado de emergência durante uma tempestade de neve e não conseguiam abandonar o vale por ser uma zona de difícil acesso.

Biden, assim como os senadores John Kerry e Chuck Hagel, acabaram por ser salvos graças à intervenção de Mohammed que não conseguiu agora ser resgatado para fora do país.