O secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, defendeu esta quarta-feira que a plataforma LEME – Literacia e Educação Mediática em Linha, lançada esta quarta-feira, é um “instrumento fundamental para a preservação da democracia” e da liberdade.

“Quando estamos a trabalhar literacia dos media, literacia digital, estamos a pôr nas mãos de cada aluno das nossas escolas um instrumento fundamental para a preservação da democracia e para a manutenção da sua própria liberdade”, afirmou o secretário de Estado da Educação, no encerramento da sessão de lançamento da plataforma LEME.

A plataforma funciona como um agregador de conteúdos para ser usado por educadores e professores, mas também pelo público em geral que pretenda aceder, no sentido de promover a literacia mediática e o combate à desinformação.

João Costa lembrou os resultados do último teste PISA — Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Programme for International Student Assessment), que, entre outros aspetos, concluiu que nove em cada 10 alunos portugueses não distinguem factos de opinião na leitura de um texto.

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“Se eu não distingo factos de opiniões, sou muito mais facilmente manipulável, se eu não leio até ao fim, fico-me pelo título e se desisto quando não percebo, só consigo lidar com aquela informação facilitada e não com informação com uma natureza mais densa, mais rica“, apontou o governante.

Por sua vez, o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, que também participou na sessão, sublinhou o trabalho do grupo que desenvolveu esta iniciativa, que se pretende manter em “constante evolução”.

O coordenador do grupo de trabalho, Sérgio Gomes da Silva, destacou que a plataforma já está a funcionar em pleno e está já disponível para ser usada pelos professores neste ano letivo que agora se vai iniciar, embora necessite de “aperfeiçoamento”, que se quer fazer em colaboração com a comunidade escolar.

O secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media defendeu esta quarta-feira, em declarações à Lusa, que os cidadãos preparados para o futuro têm de estar informados e, para isso, precisam de instrumentos que os defendam das “armadilhas da desinformação”, que “mina as democracias”.

“Se nós queremos ter cidadãos preparados para o futuro, eles têm que estar informados e, para estarem informados, eles precisam de ter instrumentos que os defendam das armadilhas da desinformação“, considerou Nuno Artur Silva.

“A valorização da literacia mediática é fundamental por questões de cidadania e de participação social, para que todos possam participar de forma informada. […] Todos estamos vulneráveis quando estamos nas redes sociais, quando lemos uma notícia, quando vemos uma notícia na televisão ou nos chega uma informação na internet, nós estamos vulneráveis e tendemos a acreditar na notícia. […] Hoje em dia esse é campo fértil para manobras voluntárias, às vezes involuntárias, de desinformação e isso mina as democracias, destrói a democracia”, afirmou o governante.

O Governo lançou esta quarta-feira uma página na Internet, chamada LEME, com recursos de literacia mediática, que contou com contributos de vários intervenientes, entre os quais a agência Lusa.

O LEME fica, a partir desta quarta-feira, acessível para o público em geral a título gratuito.