Nada de vitórias, nada de golos, três jogos de bom futebol. Pode parecer estranho mas era esta a realidade do bem português Wolverhampton à entrada para o encontro deste sábado, no terreno do Watford – e aquilo que pretendia inverter. Do lado da equipa de Bruno Lage, os lobos lusos foram os do costume: José Sá, Nélson Semedo, Rúben Neves, João Mourinho e Francisco Trincão. No banco, além do treinador Bruno Lage e equipa técnica, Podence e Fábio Silva. Pedro Neto falhou o encontro por estar ainda lesionado.
Leicester, Tottenham e Manchester United foram as equipas que negaram ao Wolves qualquer golo e quaisquer pontos no começo da Premier League. Frente aos red devils talvez tenha acontecido o melhor jogo da equipa de Lage. Perdeu 1-0, mas De Gea esteve fantástico. Na antevisão ao encontro deste sábado, o técnico português disse que a gritante falta de finalização não era uma questão de “confiança”.
“Criamos muitas oportunidades e o nosso caminho é jogar assim, eu acredito nisso. Se criarmos muitas oportunidades vamos ganhar jogos. Não é apenas da confiança porque os jogadores estão confiantes e já criaram muitas oportunidades. Os guarda-redes que jogaram contra nós foram todas vezes os guardiões da semana. Temos de dar-lhes crédito. No último jogo [Manchester United], o David De Gea fez duas defesas fantásticas em situações do Saiss”, afirmou Lage.
O português disse ainda que “se a equipa não criasse oportunidades, era uma questão de confiança”, mas que essa hipótese nem se colocava: “É uma questão de continuar o que estamos fazer porque é só ver as oportunidades que criámos nos últimos três jogos. Às vezes é apenas os nossos jogadores contra os guarda-redes e temos de continuar com essa confiança. Este é o processo, isto é o futebol. Temos de continuar a trabalhar como estamos a trabalhar porque de certeza que, da forma como criamos chances, os golos vão aparecer”.
Admitindo que, devido às pausas para os compromissos das seleções, “há apenas um ou dois dias para preparar jogos”, mas que é “igual para todos os treinadores”, não se mostrou preocupado devido às lesões do português Pedro Neto e Jonny, indisponíveis para o jogo deste sábado por estarem ainda a recuperar de lesões graves como aconteceu com o internacional português, o que deixava o ex-técnico do Benfica com apenas 18 jogadores de campo. Isto, no entanto, não o preocupa. “Não é uma preocupação. Gosto de trabalhar com 21 jogadores mais três guarda redes. Gosto de competição nas minhas equipas”, rematou.
Mas os adeptos querem ver é resultados na competição da sua equipa contra outros conjuntos e a estatística não falava nada a favor do Wolverhampton, visto que perdeu os últimos seis jogos na Premier League, a contar com a época transata, e o Watford havia ganho os últimos dez jogos em casa.
E aqui voltamos à falta de eficácia do Wolves, que para desfeitear o Watford tinham, claro, de fazer golos, mas nos 57 remates tentados nos três primeiros encontro desta época a coisa não correu como seria de esperar, mesmo que o “bicho” Adama Traoré e Raúl Jiménez já tivessem criado oito chances um para o outro esta época, mais do que qualquer outro duo no Premier League.
???????????????????????????? Watford ???? Wolves
Primeira vitória de Bruno Lage ???????? chegou ao colo de grande exibição de Adama Traoré ???????? ⭐️
Ratings tugas ????????: Rúben Neves (6.8), Nélson Semedo (6.4), João Moutinho (6.4), Francisco Trincão (6.3), José Sá (6.1)#EPL #WATWOL #RatersGonnaRate pic.twitter.com/WjSBt48kcI
— GoalPoint (@_Goalpoint) September 11, 2021
O jogo deste sábado trazia outro possível problema para o Wolves: é que nos últimos três encontros, nas tais três derrotas, os ataques rápidos foram a grande arma da equipa, que bem vistas as coisas tem a equipa montada para isso, com Traoré, Jiménez e Trincão na frente, três craques a jogar em rapidez. Não que o Wolverhampton não jogasse bem em organização, mas é mesmo na rapidez que a equipa explode na direção da baliza. Este sábado, além da calma e do bem jogar de Moutinho e Rúben Neves no meio, foram mesmo as acelerações de Semedo (falhou dois golos na cara do guarda-redes) e Traoré, a técnica de Trincão e a luta de Jiménez que iam incomodando o Watford que, mesmo assim, foi a equipa que esteve mais perto do golo no primeiro tempo, obrigando José Sá a estar atento.
Na segunda parte, após alguma insistência atacante, o Wolves acabou mesmo por marcar o primeiro golo do Campeonato sem o marcar verdadeiramente num autogolo de Sierralta que colocou a equipa mais portuguesa de Inglaterra na frente. Já dentro dos últimos dez minutos surgiu o 2-0 para tranquilizar Bruno Lage: após boa jogada de Podence, que saiu do banco, o mais recente reforço do Wolvehampton, o sul-coreano Hwang Hee-chan, encostou depois de uma pequena confusão na área, coroando uma estreia de sonho.
O jogo seguiu com uma diferença de dois golos até ao fim e Bruno Lage e os seus Wolves lusos, que tão bem têm jogador futebol, terminaram com a senda e vitórias caseiras do Watford, fizeram esquecer as suas seis derrotas seguidas na Premier League e, mais importante, demonstraram que existe mesmo confiança e ocasiões faltando mesmo o que aconteceu hoje: golos. São os primeiros três pontos da equipa do técnico setubalense, que tanto deles precisava para subir na tabela classificativa.