Tem pinta de modelo e as parecenças com Timothee Chalamet são as suficientes para obrigar a um olhar mais atento. Pode não ser o membro da realeza mais conhecido, sobretudo com o peso que a monarquia britânica tem na imprensa internacional — e para isso muito têm contribuído os sucessivos escândalos —, mas aos 22 anos acabados de fazer já conquistou o seu lugar ao sol. Nikolai, neto mais velho da rainha Margarida II da Dinamarca, conheceu a fama e a popularidade em 2018 quando se tornou figura de destaque na Semana da Moda de Londres.
Se no início de 2017 assinava um contrato com a agência dinamarquesa Scoop Models, mais tarde desfilava para marcas sonantes, um momento particularmente agitado na vida do jovem príncipe que se tornou, então, uma sensação na internet, causando “histeria” online. A estreia nas passerelles aconteceu através da Burberry, quando o príncipe desfilou lado a lado com a modelo Cara Delevingne, quatro dias após a morte do seu avô paterno, o príncipe consorte Henrique. Em junho do mesmo ano era a vez de vestir as roupas da Dior — o modelo impressionou tanto a marca que mais tarde foi chamado para uma campanha de roupa masculina lançada em outubro a cargo do designer Kim Jones.
Nikolai William Alexander Frederik nasceu a 28 de agosto de 1999. É o filho mais velho do príncipe Joaquim, irmão do herdeiro ao trono, e da ex-mulher Alexandra, condessa de Frederiksborg — o título oficial é Sua Alteza, Príncipe Nikolai da Dinamarca, Conde de Montpezat. Os pais conheceram-se em 1994 numa viagem que o príncipe fez a Hong Kong, onde nasceu Alexandra. O namoro rápido levou ao casamento a 18 de novembro de 1995, na capela do Castelo de Frederiksborg, localizado em Hillerød, na Dinamarca. Em 2002 nasce o irmão Felix e, três anos depois, os pais anunciam oficialmente o divórcio.
A custódia partilhada permitiu a Nikolai crescer com a presença dos pais. Tanto ele como Felix estiveram presentes no segundo casamento da mãe, em 2007, quando a condessa trocou alianças com o fotógrafo Martin Jorgensen. Em 2008 era a vez de os irmãos levarem o pai ao altar, para então casá-lo com a princesa Marie da Dinamarca: desta união nascem Henrik e Athena, de 12 e 9 anos, respetivamente.
Nikolai é conhecido por ser tímido face aos media e, entre os detalhes publicamente conhecidos, consta que o primeiro álbum que ouviu foi “FutureSex/LoveSounds” de Justin Timberlake, apesar de mais recentemente ser um fã assumido de house music. O jovem membro da realeza destacou-se sobretudo pelos trabalhos que fez enquanto modelo profissional nos últimos anos — em janeiro de 2020, antes de a pandemia atacar, desfilava uma vez mais para a Dior, em Tóquio, na apresentação da coleção de outono-inverno da marca, usando uma camisa às riscas abotoada até cima e o cabelo penteado para trás.
Ele que é o sétimo na linha de sucessão ao trono da Dinamarca não tem direito a receber dinheiro da avó, que rege o país desde 1972, e tem trabalhado por contra própria sem conhecer qualquer oposição da família. Já antes, aliás, o pai garantira numa entrevista à revista semanal dinamarquesa Billed Bladet que Nikolai não deveria ser “forçado a nada” e que deveria, ao invés, “seguir os seus próprios planos”. “Quero ajudá-lo ao longo do caminho e tentar inspirá-lo”, assegurava em 2017. Quando a rainha morrer, Nikolai não deverá receber dinheiro, terras ou títulos. No entanto, os pais continuarão a pagar pela sua educação.
Apesar do sucesso alcançado na indústria da moda em tão pouco tempo, o príncipe nunca equacionou o papel de modelo enquanto carreira, mas sim como mais um trabalho, tanto que desde o outono de 2019 estuda na Copenhagen Business School (a vida agitada de Nikolai inclui ainda o serviço militar já concluído). “Não quero uma carreira de modelo. Prefiro ver isto como um trabalho, que me pode ajudar ao longo do caminho”, chegou a dizer à revista dinamarquesa Tæt på.
Notícias mais recentes dão conta que Nikolai optou por passar o próximo semestre em Paris, para aí dedicar-se a estudar administração de empresas. Mas não vai sozinho: a fazer-lhe companhia está a namorada de três anos, Benedikte Thoustrup, que já antes estudou na Sorbonne, prestigiada universidade situada na cidade das luzes (conheceram-se no colégio interno de Herlufsholm, que fica a 80 quilómetros a sul de Copenhaga). O plano original do príncipe era passar o referido semestre em Hong Kong, onde nasceu a mãe, mas a pandemia global trocou-lhe as voltas e obrigou-o a adaptar-se a um destino mais perto de si, onde pudesse também estar rodeado da família — o pai e os irmãos Henrik e Athena vivem na capital francesa — e, curiosamente, das grandes casas da moda.
Mas o olho para os negócios não é de agora: em 2019 trabalhou como aprendiz com o multimilionário Mikael Goldschmidt, cuja empresa em nome próprio tem sede na capital dinamarquesa (as suas atividades consistem principalmente em investimentos imobiliários e de capital privado). A independência deverá correr-lhe nas veias, tanto que, segundo a publicação Hola!, no início de 2020 o príncipe foi viver com a namorada para um apartamento de luxo de 70 metros quadrados em Copenhaga. Agora, Paris espera por ele e, quem sabe, o príncipe encontre o caminho de regresso às passerelles.