Os anos foram passando e muito mudou em Ronaldo. Como jogador, como homem, como pai. Um desses capítulos onde melhor se consegue notar a evolução dos tempos é a forma como o jogador gere as emoções. A ganhar ou a perder, o avançado tinha lágrima fácil e basta recuar a 2004 para recordar aquele choro quase compulsivo após perder a final do Europeu, em Lisboa. Hoje, com quase todos os títulos, golos e recordes alcançados, a emoção de Cristiano chega através das expressões faciais e aquele caminho para os balneários ao intervalo após ter marcado, a morder a língua e a pedir apoio aos adeptos, resumiu quase tudo.
Old Trafford recebeu uma autêntica invasão de Ronaldomania (promovida também pelo próprio clube, que ao longo da semana dedicou praticamente em exclusivo todas as ações ao avançado português), com o Teatro dos Sonhos a explodir em vários momentos entre o anúncio do 7 como titular, a chegada para o aquecimento ou a entrada das equipas. Podia ter ficado por aí mas, com Ronaldo, já se sabe – não fica. E depois de já ter marcado o 1-0 que levou a mãe, Dolores Aveiro, às lágrimas num camarote, o capitão da Seleção fez ainda o 2-1 na estreia, antes de Bruno Fernandes e Lingaard fecharem as contas num dia memorável.
“O meu regresso a Old Trafford foi apenas uma pequena lembrança da razão pela qual este estádio é conhecido como o Teatro dos Sonhos. Para mim sempre foi um lugar mágico, onde podes atingir tudo aquilo a que te propões. Juntamente com os meus colegas e com o apoio fantástico que sempre recebemos das bancadas, encaramos o que aí vem com confiança e otimismo de que iremos celebrar todos juntos no final. Orgulhoso por estar de volta ao Manchester United e a jogar na Premier League, mas acima de tudo feliz de ajudar a equipa! Vamos, red devils!”, escreveu o jogador no final nas suas redes sociais.