Volta ao Luxemburgo, Volta à Eslováquia, Primus Classic, mais uma ou outra prova europeia. O calendário internacional do ciclismo está mais cheio do que nunca, resultado das mexidas que a pandemia trouxe no último ano e meio mas à medida de uma nova geração que começa a dar cada vez mais cartas onde está também João Almeida. E o português, que juntou este sábado o triunfo no Grão-Ducado à vitória que conseguira antes dos Europeus na Volta à Polónia, já apontava aos Mundiais… mas antes ao descanso.
“Agora vamos ver o que acontece no Campeonato do Mundo. É uma corrida de um dia, uma corrida onde tudo pode acontecer num percurso complicado. Agora preciso de algum descanso depois da Volta ao Luxemburgo mas penso que posso chegar bem. Não é uma prova que tenha sido 100% feita para mim mas tenho a certeza que estarei na luta e a dar o máximo por Portugal”, comentou o corredor da Deceuninck Quick-Step depois da vitória na Volta ao Luxemburgo, que tinha feito quando estava já decidido em termos de Seleção que a prova de contrarrelógio deste domingo ficaria para Nelson Oliveira e Rafael Reis.
Numa edição especial dos Mundiais da Flandres, onde se celebra o 100.º aniversário da prova, a questão do desgaste acumulado das muitas provas do calendário era um ponto importante, com vários corredores a ficarem “guardados” para a prova de estrada do próximo domingo sem que a competitividade do arranque desta edição com o contrarrelógio saísse prejudicada. E era nesse cenário que, numa condição de outsiders, Nelson Oliveira e Rafael Reis tentavam repetir alguns resultados a prova, como por exemplo o quarto e o quinto lugares em 2017 e 2018 que o corredor dos espanhóis Movistar conseguiu.
“O Nelson mostrou no Europeu que está a andar bem. Foi trabalhar para os colegas, seguiu um plano e notou-se que está fisicamente bem. É um contrarrelógio longo, como ele gosta, mas é mais plano, nesse aspeto não tão bom. É o que é, vamos ver como ele vai estar. O Nélson já fez muitos resultados nos 10 primeiros. Fez a Volta a Espanha, os Europeus e penso que vai estar bem. Agora, há uma nova vaga de contrarrelogistas mais novos, que apareceu, e temos de contar com eles também. O Rafael vai ter uma experiência no Mundial em Elites, já que em Sub-23 ele chegou a correr”, comentara na antevisão José Poeira, selecionador nacional, sobre a prova entre a praia de Knokke e a cidade de Bruges.
No final, Nelson Oliveira fechou a prova na 13.ª posição com o tempo de 49.42, ao passo que Rafael Reis não foi além do 30.º lugar, a mais de três minutos e meio do vencedor que acabou por revalidar o título de campeão mundial de contrarrelógio: com um leque bem maior e competitivo de opositores, o italiano Filippo Ganna fez a festa na Flandres com 47.47, menos seis segundos do que o belga Wout van Aert e com 44 segundos de vantagem sobre o também belga Remco Evenepoel. O top 10 ficou fechado com outros nomes de peso como o dinamarquês Kasper Asgreen (a 46 segundos), o suíço Stefan Küng (campeão europeu que ficou a mais de um minuto), o alemão Tony Martin (a 1.18), o suíço Stefan Bissegger (a 1.26), o britânico Ethan Hayter (a 1.27), o italiano Edoardo Affini (a 1.49) e o esloveno Tadej Pogacar (a 1.53).