A vitória do Brasil frente ao Japão com três golos nos últimos três minutos (4-2) ou o triunfo da Federação da Rússia diante do Vietname em aberto até ao final (3-2) foram mais duas provas que prolongaram algo que Portugal já tinha sentido na última jornada da fase de grupos do Mundial com Marrocos (que já está qualificado para os quartos): existe uma competitividade crescente no futsal que, com uma ou outra exceção, faz com que todos os encontros tenham um nível máximo de dificuldade sobretudo a eliminar. E era para isso que a Seleção se prepara nos últimos cinco dias, antes de defrontar a Sérvia nos oitavos.

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“Vai ser um jogo muito interessante, de certeza absoluta, mas estou extremamente confiante de que vamos fazer um bom jogo e saber ser Portugal, que é fundamental e a principal questão para passar esta fase e estar nos quartos como queremos. Maturidade competitiva e jogo muito físico? Não me parece que seja assim tão difícil ganhar duelos com alguma dinâmica e a jogar da forma como gostamos de jogar, a fugir desse confronto físico, a fazer a Sérvia andar atrás de nós e a mandarmos um bocadinho no jogo cada vez que tivermos bola. O jogo andará muito por aqui, de esconder e ludibriar essa vantagem que eles têm em alguns momentos e nós aproveitarmos o que temos de muito bom”, analisara o selecionador Jorge Braz.

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“A Sérvia é uma seleção de topo europeu e mundial mas nós também o somos. A nossa forma de ser e de jogar tem-nos dado muitas vantagens cada vez que jogamos com a Sérvia. Sabemos muito bem o que temos de fazer: aproveitar as desvantagens deles e muito bem as nossas vantagens a jogar. Houve um crescimento normal e natural da Seleção com o passar dos jogos e agora é preparar estrategicamente o adversário que vamos ter mas sem desviarmos do que nós somos, reforçando esse foco e compromisso do que é ser Portugal a jogar futsal. Claro que, com mais jogos e treinos, tudo isto melhora e vamos crescendo. Já estamos a ultimar a preparação e estamos com muita vontade de crescer”, acrescentara.

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Depois das goleadas diante de Tailândia (4-1) e Ilhas Salomão (7-0) e do empate com Marrocos (3-3), que permitiu garantir o primeiro lugar do grupo C, Portugal defrontava uma Sérvia que acabou em terceiro no seu grupo mas que deu grande luta nas derrotas com Irão (3-2) e Argentina (4-2). Era por isso que, ciente das dificuldades, a Seleção apostava no seu ADN e na sua identidade para superar a primeira barreira na fase a eliminar, tendo em caso de triunfo nos quartos o vencedor do Espanha-Rep. Checa. No final, essas dificuldades confirmaram-se mesmo depois de o conjunto de Jorge Braz ter conseguido uma vantagem de dois golos, vencendo no prolongamento e marcando encontro com os espanhóis (vitória por 5-2).

Portugal teve uma entrada afirmativa, permitindo poucos remates à baliza de Bebé pela Sérvia (apesar de ter feito uma grande defesa) e estando sempre mais perto do golo inaugural. Pany Varela, com um tiro às malhas laterais e um disparo travado pelo guarda-redes Aksentijevic, deu os primeiros sinais de perigo antes de duas bolas quase consecutivas de André Coelho e Miguel Ângelo que por pouco não fizeram o 1-0. O golo parecia uma questão de tempo e foi mesmo, o tempo de Ricardinho abrir o livro: o 10 aproveitou uma grande combinação para inaugurar o marcador de calcanhar (13′), assistiu de seguida Bruno Coelho que acertou na trave (14′) e iniciou a jogada que acabou com Erick a deixar André Coelho sozinho para o 2-0 (15′). O Mágico soltou-se e toda a estratégia sérvia desmoronou-se antes do intervalo.

Tudo parecia fácil na primeira parte, tudo se tornou complicado no segundo tempo. Logo a abrir, Lazarevic acertou no poste da baliza de Bebé antes de reduzir mesmo a desvantagem para 2-1 com uma bomba ao ângulo descaído sobre a direita (23′). Apesar de ter reagido bem e de ter voltado a acercar-se da baliza contrária, Portugal ficava à mercê de mais um golo e o mesmo surgiu mesmo numa bola parada, com Lazarevic a bater um livre direto para o empate (28′). O encontro ia para uma nova fase depois dos dois golos sofridos quando o rumo dos acontecimentos não fazia prever mas esse 2-2 foi quase um alerta para Portugal, que podia ter voltado à vantagem por Erick e Miguel Ângelo antes de ir tudo para tempo extra. Aí, Pany Varela e Erick fizeram dois golos decisivos no mesmo minuto (43′) e a Sérvia só conseguiu reduzir por Rakic a 40 segundos do final e numa altura em que Aksentijevic já tinha visto vermelho direto.