Arrumados os fatos de banho, as toalhas de praia e os protetores solares, substituído agora o verão pelo outono, é altura de sintonizar a música nova que o mês de setembro nos deu.

Tal como nos meses anteriores deste ano, voltamos a fazer uma seleção dos melhores discos novos que o mês trouxe em formato playlist. Pode ouvi-la aqui e consultar as restantes playlists do Observador no nosso perfil na plataforma Spotify:

Tal como tem sido hábito, os nossos destaques do mês voltam a incorporar uma multitude de estilos e géneros musicais.

No hip-hop, por exemplo, os destaques maiores vão para Sometimes I Might Be Introvert — disco da rapper e cantora britânica Little Simz — e para Adaptation, novo EP (mini-álbum) do nova-iorquino YL.

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Na canção de recorte mais clássico, os principais destaques vão para a subtileza dos temas de Local Valley, novo álbum de José González, para a parceria entre Sufjan Stevens e Angelo De Augustine (A Beginner’s Mind), para a pop eletrónica inventiva de K Bay, de Matthew E. White, e para Ninguém Nos Vai Tirar o Sol, o novo álbum da cantora e compositora portuguesa Joana Espadinha que traz consigo açúcar pop e refrões que se alojam nos ouvidos.

No campeonato do rock e suas tangentes, merecem destaque HEY WHAT, o exercício desconstrutivo e exploratório dos sempre fiáveis norte-americanos Low, e I’ll Be Your Mirror, disco em que músicos como Kurt Vile, Michael Stipe (REM), Sharon Van Etten, St. Vincent e Courtney Barnett recriam (em jeito de homenagem) as canções do disco The Velvet Underground & Nico, também conhecido como “álbum da banana” devido à capa icónica de Andy Warhol.

Os ouvidos mais exploratórios encontram ainda nesta playlist temas de álbuns como Black Encyclopedia of the Air, da artista, poeta e agitadora musical e política Moor Mother, e Songwrights Apothecary Lab, a nova investida conceptual e quase académica (de busca por composições que produzam efeitos benéficos e emoções muito concretas nos ouvintes) da grande baixista, compositora e cantora de jazz Esperanza Spalding.

O psicadelismo eletrónico e sombrio dos portugueses 10 000 Russos (Superinertia) também merece destaque, tal como o merecem as diferentes — mas em ambos os casos muitos livres e ecléticas — abordagens do português Fred Ferreira (Series Vol 1 – “Madlib”) e da belga-caribenha residente em Londres Nala Sinephro (Space 1.8) a estéticas como o hip-hop jazzístico e seus afluentes (Fred) e o jazz e a música ambiental (Nala Sinephro).

Setembro foi também um mês que nos quis pôr a dançar, com o regresso aos discos dos britânicos Saint Etienne (I’ve Been Trying To Tell You), com a música afro-inspirada dos portugueses Fogo Fogo (Fladu Fla, um sortido original de ritmos africanos) e com as batidas e ritmos dançantes dos sul-africanos Native Soul, que lançaram na editora discográfica Awesome Tapes From Africa o álbum Teenage Dreams.