“Que fique claro, que o presidente do grupo parlamentar não faz ‘convites’ para lugares de deputados”, escreveu Telmo Correia, presidente do grupo parlamentar do CDS-PP, num comunicado conhecido esta sexta-feira.

Logo, nem Telmo Correia “convidou” Sebastião Bugalho para o lugar de deputado, nem vai convidar o presidente da Juventude Popular, Francisco Camacho, que nem sequer integrou a lista de candidatos a Lisboa — e, como tal, não poderia substituir Ana Rita Bessa.

A nota serve de resposta à direção do partido pela crítica feita ao líder do grupo parlamentar por ter indicado Sebastião Bugalho para substituir Ana Rita Bessa no lugar de deputada. Sebastião Bugalho é um assumido crítico da atual direção de Francisco Rodrigues dos Santos e declinou ocupar o lugar de deputado por isso mesmo.

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“Trata-se de uma escolha da anterior direção, sendo certo que esta direção nunca escolheria para deputado um senhor que tem tido um comportamento indecoroso e, não raro, insultuoso, para o partido, havendo, como há, muitas outras pessoas para ocupar esse lugar mais capacitadas e leais, como seria o líder da juventude Popular, Francisco Camacho”, disse o vice-presidente do CDS, Pedro Melo, ao Público.

“Já há dois anos me tinha pronunciado contra a integração do Sebastião Bugalho nas listas, preferia que tivesse sido o Francisco Camacho, que era o vice da JP, que tinha mais experiência”, reiterou Francisco Rodrigues dos Santos numa entrevista ao Expresso.

Telmo Correia, que diz que “não entra nem quer entrar em polémicas públicas com a direção do partido”, não teve outra alternativa que não corrigir as declarações feitas. “[O presidente do grupo parlamentar] vem corrigir algumas afirmações que quer do ponto de vista factual, quer do ponto de vista da Lei, pouco informadas.”

Por isso, Telmo Correia esclarece que segue sempre a ordem da lista eleitoral. Daí que, depois da saída de Ana Rita Bessa, Galriça Neto fosse a primeira opção e Sebastião Bugalho a segunda — depois de Neto, eleita presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, recusar assumir o cargo.

“O presidente do grupo parlamentar não determina quem substitui e apenas contacta os elementos seguintes para saber se aceitam, o que foi feito e concluído hoje”, acrescenta. Assim, Miguel Arrobas da Silva, antigo nadador olímpico, será o substituto de Ana Rita Bessa no Parlamento.

“Os dirigentes do partido que a propósito desta matéria resolveram aproveitar para atacar a liderança Parlamentar fizeram-no seguramente, ou por desconhecer a Lei e as suas obrigações imperativas, ou por não terem conhecimento dos factos. Em qualquer caso, o desconhecimento da Lei não aproveita a ninguém“, remata o líder da bancada parlamentar.

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Quanto a Francisco Camacho, “não integrou a lista de candidatos por Lisboa, pelo que nunca poderia ser ‘convidado’ para substituir uma candidata por este círculo. Isto, no pressuposto que de que era possível impedir todos os outros de assumirem o mandato que era seu por força da Lei”, deixa claro Telmo Correia.

Ana Rita Bessa renunciou ao lugar de deputada, por motivos pessoais, numa carta enviada à Presidência do partido a 13 de setembro, escreve Telmo Correia, que acrescenta que o líder do CDS “não pretendia envolver-se na substituição por considerar ser um assunto estritamente do Parlamento”.

Atualizado às 13h40