Um total de 43.751 casos de infeção foram detetados em pessoas com esquema vacinal completo contra a Covid-19, revela o mais recente relatório de monitorização das linhas vermelhas da pandemia. Este valor representa 0,5% do total de pessoas vacinadas com as duas doses (8.603.453) há mais de 14 dias, lê-se no documento da Direção Geral de Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Entre os vacinados que contraíram o vírus da Covid-19 registaram-se também 467 óbitos (1,1%), dos quais 345 em pessoas com mais de 80 anos.

O relatório avança que entre as pessoas infetadas, 774 foram internadas com diagnóstico principal de Covid-19 e 215 com diagnóstico secundário. Mais de metade (54%) dos internados com diagnóstico principal de Covid-19 tinham mais de 80 anos.

Vacinados com risco de hospitalização de 3 a 6 vezes inferior aos não vacinados

Apesar destes números, o relatório conjunto revela que, em Portugal, tanto o risco de morte como o de hospitalização é inferior entre pessoas vacinadas contra a Covid-19 quando comparadas com quem não recebeu a vacina. Entre 1 e 30 de julho de 2021, os casos com esquema vacinal completo tiveram um risco de hospitalização cerca de três a seis vezes inferior aos casos registados entre não vacinados.

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Em relação ao mês anterior em análise realçamos um aumento do risco de internamento nas pessoas com esquema vacinal completo nos grupos dos 70 aos 79 anos e dos 80 e mais anos”, lê-se no documento.

Quanto aos óbitos, no mês de setembro ocorreram 126 mortes (58%) de pessoas completamente vacinadas, 13 (6%) em pessoas com apenas uma dose e 78 óbitos (36%) em não vacinadas. Quatro tinham esquema vacinal desconhecido.

“O risco de morte, que é medido através da letalidade por estado vacinal, é duas a quatro vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas, de acordo com os dados de agosto, mês com os dados consolidados mais recentes”, lê-se no documento que refere que, tal como nos internamentos, houve um aumento ligeiro da letalidade nas pessoas com esquema vacinal completo, especialmente nos grupos dos 70 aos 79 anos e dos 80 e mais anos.

Outra revelação do relatório da DGS e do INSA é que, em Portugal, a vacinação tem revelado uma eficácia de 95% para prevenir mortes e hospitalizações entre os mais velhos (65-79 anos). A partir dos 80 anos, a eficácia é menor: 76% para internamentos e 81% na prevenção da morte.

Maior incidência de novos casos continua a ser entre os 0 e os 9 anos

Pela segunda semana consecutiva, a maior taxa de incidência de novos casos de Covid é entre os mais novos. No grupo dos 0 aos 9 anos, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 142 casos por 100 mil habitantes — na semana passada tinha sido de 157. Apesar disso, apresenta uma tendência estável a decrescente.

Pelo contrário, o grupo com valores mais baixos, 54 casos por 100 mil habitantes, é o dos 70 aos 79 anos. Os mais velhos, acima de 80, registaram 99 casos por 100 mil habitantes, com tendência estável a crescente.

Quanto ao R(t), que mede a transmissibilidade da doença, só no Alentejo mantém a tendência crescente. O número de reprodução efetivo foi de 0,92 a nível nacional e de 0,91 no continente entre 29 de setembro a 3 de outubro.

Apesar disso, o valor médio aumentou na maioria das regiões do continente: o Centro passou de 0,84 para 0,98, Lisboa e Vale do Tejo aumentou de 0,88 para 0,89 e o Alentejo passou de 0,99 para 1,05. Ao contrário, no Algarve diminuiu de 0,87 para 0,83 e o Norte manteve o valor de 0,9.

“Estes resultados sugerem uma estabilização da incidência na maioria das regiões, devido à desaceleração do decréscimo do número de novos casos nestas regiões, e uma inversão da tendência (agora crescente) na região do Alentejo”, lê-se no documento da DGS e do INSA.

Em conclusão, o relatório considera que os diferentes indicadores revelam uma atividade epidémica de intensidade reduzida, com tendência decrescente a nível nacional, assim como uma reduzida
pressão nos serviços de saúde e impacto na mortalidade com tendência decrescente.