O parlamento discutiu esta sexta-feira a necessidade urgente de construção de um novo centro de saúde na freguesia da Quinta do Conde, em Sesimbra (Setúbal), cujo concurso público foi lançado em 28 de setembro.
A necessidade de construção de um novo centro de saúde na freguesia da Quinta do Conde foi esta sexta-feira discutida na Assembleia da República (AR) no âmbito de uma petição subscrita por 4.143 cidadãos, acompanhada por projetos de resolução apresentados pelo BE, PSD, deputada não-inscrita Cristina Rodrigues, CDS-PP, PCP e Verdes.
Em resposta às propostas, o deputado socialista Ivan Gonçalves assegurou que “já por diversas vezes” tanto o Governo como a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo “afirmaram que consideram este investimento como prioritário na região de Setúbal”.
“Este investimento, que tem um valor de cerca de um milhão de euros e um prazo de execução de 10 meses, tem um concurso público que já foi lançado. Ou seja, aquilo que poderemos assistir, e a expectativa que temos, é que, a breve prazo, a Quinta do Conde possa ter o novo centro de saúde construído”, afirmou o deputado socialista.
O PS considerou que as “expectativas da população são legítimas, mas houve aproveitamento político, o que já não é legítimo, desta aspiração das populações”.
O concurso foi mesmo lançado em 28 de setembro e os projetos de resolução dos partidos foram votados em conjunto, seguindo para discussão na especialidade na Comissão de Saúde, com a abstenção do PS.
Subscritores e os partidos que os acompanham pedem a construção de um novo centro de saúde na freguesia da Quinta do Conde, um território com mais de 33.800 habitantes, dos quais menos de 50% têm médico de família atribuído.
Peticionários e deputados pedem ainda que o novo centro de saúde tenha “um serviço adequado para urgências básicas”, com recursos humanos e técnicos, em funcionamento aos feriados, fins de semana e durante a noite, entre as 20h00 e as 08h00, períodos em que atualmente estes utentes não têm alternativas de proximidade.
Atualmente, os utentes não têm alternativa para casos urgentes, tendo de se deslocar a Sesimbra, que tem urgências até às 21h00, ou a hospitais localizados a mais de 20 quilómetros, em Almada e em Setúbal, estes mesmos já em rutura.
Demitiram-se em bloco 87 médicos do Hospital de Setúbal. Apenas três não assinaram carta de demissão
Nos últimos dias, o diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal pediu demissão, acompanhado por mais 86 médicos, alegando a “situação desesperante e de rutura em vários serviços”.
A Câmara de Sesimbra (PCP) já alocou terrenos para a construção deste novo centro de saúde.
Na Quinta do Conde começou a funcionar, em 2012, um centro de saúde que não tem serviço de urgências e que, já aquando da sua construção, se manifestou com capacidade insuficiente, alertaram os peticionários.