Existe uma corrente no futebol que defende a inexistência de jogos de apuramento de terceiro e quarto lugares, como o que se realizou no último domingo, em Milão, no Giuseppe Meazza, entre Bélgica e Itália (1-2), para a Liga das Nações. Depois da derrota, Thibaut Courtois, guarda-redes dos belgas e do Real Madrid, não teve problemas em atirar-se à UEFA e à FIFA, não só pelo tal jogo em que teve de participar, mas também pelo número de encontros a que os atletas estão sujeitos devido ao preenchido calendário.

“Este jogo pelo terceiro e quarto lugares é apenas pelo dinheiro. Temos de ser honestos relativamente a isto. Só jogamos este encontro porque para a UEFA é mais dinheiro“, rematou logo Courtois, que na época passada realizou 61 jogos e esta temporada já vai com 14, em declarações após a derrota frente aos transalpinos.

O guarda-redes de 29 anos destacou ainda o “quanto as mudaram os onzes inicias de cada equipa”. “Se ambas tivessem chegado à final, outros jogadores teriam entrado em campo. Isto só mostra que entramos em demasiados jogos”, acrescentou, não esquecendo ainda que a UEFA criou esta época uma nova competição…

“A UEFA criou mais uma competição, a Liga Conferência. É sempre o mesmo. Ficam chateados quando outras equipas querem uma Superliga, mas com os jogadores não se importam. Apenas se preocupam com os seus bolsos e o dinheiro”, frisou.

Courtois estava convicto no que ia dizendo e aproveitou para criticar ainda a entidade máxima que regula o futebol a nível mundial. “É muito mau que não se fale dos jogadores. E agora ouve-se que se jogará um Europeu e um Mundial todos os anos. Quando descansamos? Nunca. Não somos robôs. São mais e mais jogos e menos descanso para nós. Ninguém se preocupa connosco”, declarou.

“No ano que vem temos um Mundial [Qatar 2022] em novembro e temos de jogar até ao final de junho mais uma vez. Vamos lesionar-nos e ninguém se preocupa. Três semanas de férias não são suficientes para que os jogadores continuem durante 12 meses ao mais alto nível. Se nunca dissermos nada, será sempre o mesmo”, referiu ainda.

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