Alexander Schallenberg tomou esta segunda-feira posse como o novo chanceler federal austríaco, sucedendo assim a Sebastian Kurz, que se demitiu depois de uma investigação por suposta corrupção.

“É uma tarefa muito desafiante que para ninguém é fácil”, assumiu o novo chanceler, acrescentando que é prova da “enorme responsabilidade” do partido ÖVP (Partido Popular Austríaco). Momentos após a tomada de posse, na sua conta pessoal do Twitter, Alexander Schallanberg destacou ainda que “é com grande respeito” que aceita o cargo. “Posso garantir que farei de tudo para que conseguir servir o meu bonito país.”

O conservador Alexander Schallenberg, até ao momento ministro dos Negócios Estrangeiros, prestou esta segunda-feira juramento como chanceler federal austríaco em substituição de Sebastian Kurz, que se demitiu na sequência de uma investigação por alegada corrupção.

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A cerimónia decorreu na sede da Presidência austríaca, em Hofburg, onde o chefe de Estado, o ecologista Alexander van der Bellen, cessou formalmente minutos antes o mandato do anterior chanceler, tal como o próprio Sebastian Kurz tinha pedido.

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O novo chefe da diplomacia austríaca, que também assumiu funções na mesma cerimónia, é Michael Linhart, diplomata de 63 anos e até ao momento embaixador de Viena em Paris. Esta remodelação na cúpula do Executivo austríaco permite a continuidade da coligação entre conservadores e verdes.

O Presidente da República considerou “superada” a crise governamental que começou na semana passada quando a Procuradoria revelou que estava a investigar o chanceler Kurz.

Mesmo assim, Alexander van der Bellen alertou os novos responsáveis políticos, assim como o vice-chanceler Werner Kogler (Verdes) que se mantém no cargo, que enfrentam atualmente uma “grande responsabilidade” em virtude do escândalo de corrupção “para que seja recuperada a confiança da população”.

“Pela minha parte, acredito que os parceiros de coligação consigam criar uma base viável para uma cooperação governamental estável”, acrescentou o chefe de Estado.

O conservador Sebastian Kurz, 35 anos, líder do Partido Popular (OVP) anunciou no sábado passado — reiterando inocência — a demissão como chefe do Governo, propondo Schallenberg como substituto.

Apesar de ter pedido a exoneração do cargo de chanceler, Kurz mantém-se politicamente ativo como presidente do grupo parlamentar do Partido Popular.

A Procuradoria acusa Kurz de alegada corrupção e nove colaboradores assim como o Partido Popular de má gestão e também do uso indevido de fundos públicos para a realização de sondagens manipuladas e que foram publicadas na imprensa austríaca.

Jogada política de Kurz?

Na opinião de alguns especialistas, a escolha de Alexander Schallenberg terá sido uma jogada política de Sebastian Kurz. “Ele conseguiu manter-se no controlo do partido e tem o governo ao seu lado”, comentou o analista político Thomas Hofer

Também a principal líder da oposição do Partido Social Democrata (centro-esquerda) considera que Kurz continuará a ser “chanceler nas sombras”. “Kurz saiu mas do cargo de chanceler, mas o sistema Kurz continua”, escreveu Pamela Rendi-Wagner na sua conta pessoal do Twitter, acrescentando que continuará a ter grande influência nos bastidores.