Alexander Schallenberg tomou esta segunda-feira posse como o novo chanceler federal austríaco, sucedendo assim a Sebastian Kurz, que se demitiu depois de uma investigação por suposta corrupção.
“É uma tarefa muito desafiante que para ninguém é fácil”, assumiu o novo chanceler, acrescentando que é prova da “enorme responsabilidade” do partido ÖVP (Partido Popular Austríaco). Momentos após a tomada de posse, na sua conta pessoal do Twitter, Alexander Schallanberg destacou ainda que “é com grande respeito” que aceita o cargo. “Posso garantir que farei de tudo para que conseguir servir o meu bonito país.”
Ich gehe meine neue Aufgabe als Bundeskanzler mit großem Respekt vor dem Amt und den bevorstehenden Herausforderungen an. Ich kann Ihnen versichern, dass ich alles in meiner Kraft Stehende tun werde, um unserem wunderschönen Land zu dienen. pic.twitter.com/CzYNPBh9Sw
— Alexander Schallenberg (@a_schallenberg) October 11, 2021
O conservador Alexander Schallenberg, até ao momento ministro dos Negócios Estrangeiros, prestou esta segunda-feira juramento como chanceler federal austríaco em substituição de Sebastian Kurz, que se demitiu na sequência de uma investigação por alegada corrupção.
A cerimónia decorreu na sede da Presidência austríaca, em Hofburg, onde o chefe de Estado, o ecologista Alexander van der Bellen, cessou formalmente minutos antes o mandato do anterior chanceler, tal como o próprio Sebastian Kurz tinha pedido.
O novo chefe da diplomacia austríaca, que também assumiu funções na mesma cerimónia, é Michael Linhart, diplomata de 63 anos e até ao momento embaixador de Viena em Paris. Esta remodelação na cúpula do Executivo austríaco permite a continuidade da coligação entre conservadores e verdes.
O Presidente da República considerou “superada” a crise governamental que começou na semana passada quando a Procuradoria revelou que estava a investigar o chanceler Kurz.
Mesmo assim, Alexander van der Bellen alertou os novos responsáveis políticos, assim como o vice-chanceler Werner Kogler (Verdes) que se mantém no cargo, que enfrentam atualmente uma “grande responsabilidade” em virtude do escândalo de corrupção “para que seja recuperada a confiança da população”.
“Pela minha parte, acredito que os parceiros de coligação consigam criar uma base viável para uma cooperação governamental estável”, acrescentou o chefe de Estado.
O conservador Sebastian Kurz, 35 anos, líder do Partido Popular (OVP) anunciou no sábado passado — reiterando inocência — a demissão como chefe do Governo, propondo Schallenberg como substituto.
Apesar de ter pedido a exoneração do cargo de chanceler, Kurz mantém-se politicamente ativo como presidente do grupo parlamentar do Partido Popular.
A Procuradoria acusa Kurz de alegada corrupção e nove colaboradores assim como o Partido Popular de má gestão e também do uso indevido de fundos públicos para a realização de sondagens manipuladas e que foram publicadas na imprensa austríaca.
Jogada política de Kurz?
Na opinião de alguns especialistas, a escolha de Alexander Schallenberg terá sido uma jogada política de Sebastian Kurz. “Ele conseguiu manter-se no controlo do partido e tem o governo ao seu lado”, comentou o analista político Thomas Hofer
Também a principal líder da oposição do Partido Social Democrata (centro-esquerda) considera que Kurz continuará a ser “chanceler nas sombras”. “Kurz saiu mas do cargo de chanceler, mas o sistema Kurz continua”, escreveu Pamela Rendi-Wagner na sua conta pessoal do Twitter, acrescentando que continuará a ter grande influência nos bastidores.
Sebastian Kurz geht als Kanzler, das System Kurz bleibt. Kurz wird Schattenkanzler und wird weiter die Fäden ziehen. (prw)
— Pamela Rendi-Wagner (@rendiwagner) October 9, 2021