Não existem novidades significativas sobre o inquérito ao acidente que envolveu a viatura oficial de Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, e matou um trabalhador, disse o advogado da família ao jornal i. “Nem sabemos sequer se foi constituído um arguido.”
O Ministério Público pediu que o inquérito ficasse em segredo de justiça e a Procuradoria-Geral da República não explica porquê, referiu o Jornal de Notícias.
O advogado José Joaquim Barros acrescenta que a filha de Nuno Santos, a vítima mortal do acidente, é assistente no processo, mas não sabe sequer se houve uma autópsia ao corpo. Por isso, assim que possível, vai pedir o levantamento do segredo de justiça.
Para o advogado, não há razões para se manter o segredo de justiça neste caso, a não “para proteger a inação ou a incompetência dos investigadores”, disse ao JN.
“Há algumas situações em que, de facto, se vai além daquilo que deveria ser ou que está no Código do Processo Penal como sendo o correto”, disse ao jornal Adão Carvalho, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, sem referir especificamente este caso. O segredo de justiça deveria ser a exceção e não a regra.
José Joaquim Barros defende que, como o “ministro tinha a direção efetiva do veículo, é o responsável”, citou o i. “Não quer dizer que seja responsável criminalmente, mas também pode ser.”
Nuno Santos, de 43 anos, foi atropelado mortalmente no dia 18 de junho, na autoestrada A6, entre Estremoz e Évora, num momento em que decorriam trabalhos de limpeza na via, nos quais participava.