A diretora do Centro Multidisciplinar da Dor do Hospital Garcia de Orta alertou esta segunda-feira para a importância de reativar o Programa Nacional para a Prevenção e Controlo da Dor, sublinhando que a melhor estratégia é sempre a prevenção.

“Com a pandemia as coisas foram, para todos, complicadas, mas era importante que fosse reativado porque tem-se mostrado que a melhor estratégia é sempre a prevenção”, disse Alexandra Reis, responsável pelo polo do Centro Multidisciplinar Dor Beatriz Craveiro Lopes do Hospital Garcia de Orta, esta sexta-feira inaugurado no Laranjeiro (Almada) pela ministra da Saúde.

A responsável do centro sublinhou que a população portuguesa é envelhecida, que “a dor crónica mais prevalente é a musculoesquelética” e que os pedidos de apoio de doentes têm aumentado.

Temos um grupo de pessoas, idosas, que têm dor osteoartcicular, que é um grupo numeroso e que tem vindo a aumentar. É importante fazer a prevenção para não chegar a estadios tão avançados da dor crónica”, alertou.

O apelo à reativação do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo da Dor foi feito diretamente à ministra da Saúde pela fundadora do centro multidisciplinar na dor do Hospital Garcia de Orta, Beatriz Craveiro Lopes, durante a cerimónia de inauguração do polo do Laranjeiro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No final da visita, questionada pelos jornalistas, a ministra da Saúde disse ter registado o apelo e que espera dar resposta o mais rápido possível. “Foi uma preocupação imediatamente registada e à qual espero não demorar muito tempo a dar resposta”, afirmou Marta Temido. O centro esta segunda-feira inaugurado inclui consultas externas e Hospital de Dia e pretende prestar serviços e atos clínicos diferenciados a doentes com dor crónica.

O polo do Laranjeiro, que funciona nas instalações arrendadas à Liga dos Amigos do Hospital Garcia de surgiu depois de, na pandemia, esta unidade hospitalar ter sido obrigada a diferenciar os circuitos de doentes, o que retirou espaço ao centro de dor que ali funcionava. No hospital mantém-se a vertente de internamento, com os doentes a serem acompanhados por profissionais da mesma equipa do Laranjeiro.

É uma evolução natural para dar mais espaço e conforto a uma vontade que sempre tivemos de aumentar a resposta diferenciada nos cuidados aos doentes com dor crónica da área de influencia do Hospital Garcia de Orta (concelhos do Seixal e Almada)”, disse à Lusa a diretora do centro multidisciplinar.

Alexandra Reis sublinhou ainda que a cultura do centro é de “prestar atos clínicos de proximidade com as comunidades”, sublinhando que o polo do Laranjeiro tem uma equipa fixa de 21 profissionais, além de outros colaboradores.

A responsável disse ainda que o centro pretende aumentar em cerca de 10% a capacidade “muito em breve”. “Tínhamos cerca de 1.400 doentes em seguimento, mas os pedidos têm aumentado grandemente. Vamos ter 250 novos doentes neste último trimestre”, explicou a responsável.