Para competir no próximo Dakar, que irá para a estrada no início de Janeiro, mais uma vez na Arábia Saudita, a Audi desenvolveu um buggy 4×4 eléctrico, com um motor em cada eixo, a totalizar 680 cv. Como as recargas da bateria são difíceis, pois não abundam os postos de carga no meio do deserto e, caso existissem, obrigariam a perder muito tempo em cada uma destas operações, o construtor alemão recorreu a um sistema misto para alimentar os motores, com bateria e sistema REX (de Range Extender).

O buggy da Audi, denominado RS Q e-tron, vem equipado com uma bateria com a capacidade de 50 kWh, um acumulador relativamente leve – cerca de 370 kg –, o que é bom para a competição, mas demasiado curto para uma maratona deste cariz, uma vez que dificilmente permitirá percorrer mais de 50 a 100 km em ritmo de competição. A solução encontrada pelos engenheiros da Audi, para devorar os restantes quilómetros de cada etapa, passou por montar um sistema para produzir energia a bordo, na essência um motor 2.0 TFSI a gasolina que acciona um gerador destinado a recarregar a bateria.

A Audi acredita que o seu RS Q e-tron é competitivo e tudo indica que deve ter razão, uma vez que conseguiu aliciar para pilotar os seus veículos dois dos melhores especialistas neste tipo de provas. Referimo-nos ao espanhol Carlos Sainz e ao francês Stéphane Peterhansel, que entre ambos somam 11 vitórias (3+8) na maratona e que nunca escolheriam o modelo de competição concebido pela Audi Sport caso achassem que este não garantiria a possibilidade de alcançar um lugar entre os primeiros.

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Audi aponta ao Dakar, mas de eléctrico e com REX

Mas há algumas divergências entre os pilotos oficiais – aos já mencionados, junta-se igualmente o sueco Mattias Ekström, nome com mais peso noutros tipos de competição. Sainz não tem problemas em afirmar que se por um lado querem tentar ganhar, por outro, sabem que este é um objectivo muito ambicioso, com o piloto espanhol a assegurar que tem experiência suficiente para perceber que o carro é rápido. Já Peterhansel admite que ficaria feliz se, neste primeiro ano, terminasse num dos cinco primeiros lugares. Parece haver mais realismo do lado do francês e mais optimismo no piloto espanhol.