A Toyota revelou os detalhes técnicos daquele que será o seu primeiro modelo eléctrico a bateria a ser produzido em massa, o bZ4X. O nome é esquisito, mas tem uma explicação: o bZ significa “beyond Zero”, o 4 remete para o segmento (compacto) e o X para o tipo de carroçaria (SUV). Mas, por mais estranho que possa soar, o melhor será ir-se habituando a esta nomenclatura pois, quando revelou o concept deste bZ4X em Abril, no Salão de Xangai, a marca nipónica anunciou também que vai introduzir 15 modelos exclusivamente a bateria até 2025, sete dos quais terão uma designação comercial que deverá alinhar pelo mesmo raciocínio, de acordo com a Forbes.
Semelhante em tamanho a um RAV4, o bZ4X da Toyota tem mais 16 cm entre eixos e menos 8,5 cm de altura, com um raio de viragem de 5,7 m (diâmetro de 11,4 m, melhor que os 11,8 m do RAV4). Recorre à plataforma e-TNGA, desenvolvida em conjunto com a Subaru, que vai aproveitar esta mesma base para montar o seu Solterra.
O primeiro crossover eléctrico a bateria da Toyota irá ser lançado globalmente, a partir de meados de 2022, em versões com tracção dianteira ou integral, mas sempre com uma garantia de 10 anos para os acumuladores, com o construtor nipónico a assegurar que, ao fim de uma década de utilização, a bateria do bZ4X terá, pelo menos, 90% da sua capacidade original.
Ao garantir que, numa década ou ao fim de 240.000 km (o que ocorrer primeiro), a bateria do bZ4X perde apenas 10% da capacidade, a Toyota – que tem ficado para trás na transição para a plena electrificação – dá um passo em frente em relação à concorrência, pois habitualmente os acumuladores estão protegidos por uma garantia de 8 anos ou 160.000 km. E ainda assim, na maioria dos casos, findo esse período ou quilometragem, é suposto que as baterias mantenham apenas 70% da capacidade. Ora, como este componente é dos mais caros a substituir, com esta garantia a Toyota está a tentar incutir nos seus potenciais clientes a ideia de que, apesar de mudar de tecnologia, mantém a proverbial qualidade que lhe é reconhecida nos mais diferentes inquéritos de satisfação. De recordar que a Lexus, a marca de luxo da Toyota, seguiu semelhante estratégia para o lançamento do seu primeiro eléctrico, o UX 300e.
Produzido no Japão e na China, o Toyota bZ4X vai ser proposto em versões com tracção dianteira ou integral. A primeira será a mais leve (1920 kg versus 2005 kg) e a menos potente, fruto de montar apenas um motor eléctrico com 204 cv (150 kW/265Nm). Já o bZ4X AWD conta com dois motores de 80 kW/109 cv, um em cada eixo, a entregar uma potência combinada de 218 cv (160 kW/336Nm). Como ambos estão equipados com uma bateria de 71,4 kWh de capacidade, refrigerada a água, a autonomia e as prestações vão ser necessariamente diferentes. No primeiro ponto, sabe-se que na melhor das hipóteses o alcance entre recargas em WLTP será superior a 450 km. A versão AWD compensa com uma aceleração de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos, enquanto a variante só com tracção à frente precisa de 8,4 segundos para cumprir o mesmo sprint. Mas, em qualquer dos casos, a velocidade máxima está sempre limitada a 160 km/h.
No que toca ao carregamento, o bZ4X lida com potências de até 150 kW em corrente contínua, o que lhe permite atingir os 80% em apenas meia hora. A corrente alternada não é avançado qualquer valor, mas a marca adianta que no último trimestre de 2022 passará a disponibilizar um carregador de bordo trifásico de 11 kW.
Como opcional, o bZ4X pode estar equipado com um painel solar no tejadilho, tal como o Prius, canalizando a energia para a bateria. Mas o contributo deste opcional é despiciendo, com a própria marca a estimar uns 1800 km/ano adicionais… De destacar ainda o One Motion Grip, sistema steer-by-wire que elimina a ligação mecânica entre o volante e as rodas da frente, ajustando o ângulo de uma forma mais directa e progressiva. A direcção vai assim de extremo a extremo girando apenas 150º (menos de meia volta), facilitando a utilização de um volante yoke, tipo Tesla. Por fim, há ainda que contar com o mais recente pacote de segurança da Toyota e um sistema multimédia passível de ser actualizado remotamente.
A estreia europeia do novo crossover eléctrico japonês está agendada para 2 de Dezembro, abrindo de seguida as reservas online.